Dados biográficos
O persona desta edição é o senhor José Renato, que não é conhecido como o senhor José Renato, mas sim por "José Cornélio".
Nascido a 5 de maio de 1934, no antigo bairro do Matadouro, de pais provenientes de Ouro Fino. Formou-se em 1944 na quarta-série na escola Dr.º Delfim Moreira, Grupão. A partir daí começa a trabalhar para ajudar a mãe e a avó em casa. De 1945 a 1951 trabalhou na granja do senhor Edilino. A partir de 10 de fevereiro de 1951 começa a trabalhar na torrefação de café, onde trabalhou até o ano passado. Foram 48 anos trabalhando com o café.
Nessa mesma década de 50, "Seu" José Cornélio se aventura pelo mundo do futebol santa-ritense. Atua nos times do Madureira, do Vasco e do Fluminense, durante os anos de 1952 a 1962. Após parar com as jogadas de futebol, "Zé Cornélio" prossegue no universo futebolístico atuando como arbitro. E, nessa passagem pela arbitragem, "Cornélio" adquire fama de ter sido o melhor arbitro de futebol nas terras do coronel Chico Moreira.
A carreira de garçom começou logo após o fim da vida futebolística. Lá pelos idos da década de 60. Inicialmente, "Seu" José Cornélio, começa a trabalhar como garçom no Santa Rita Country Club (SRCC). A partir daí, seus serviços como garçom vão ficando famosos por toda cidade. É chamado a trabalhar em vários outros clubes, em festas de casamentos, de aniversários etc. Seus serviços de garçom são sempre para ele um hobby, um segundo emprego que contribuiu e muito para a criação dos seus cinco filhos.
O senhor José Renato casa-se no ano de 1962. Tem cinco filhos. É católico praticante e hoje pertence a Renovação Carismática.
As histórias de garçom
Logo no início, José Cornélio, passa por uma prova de fogo. Começando a trabalhar no SRCC, carregando a bandeja cheia de copos, pratos, garrafas e outros penduricalhos, o grande garçom de Santa Rita se encontra com uma multidão de pessoas a frente das escadas que levam até as arquibancadas do ginásio do clube. Há um momento de empurra-empurra na fila, que acaba se encontrando com o garçom homenageado, derrubando assim toda a bandeja do então pouco experiente garçom. "Seu Zé Cornélio" fica um pouco nervoso, mas logo é consolado pelo presidente do SRCC.
Outra história para lá de interessante ocorreu na década de 70. Santa Rita recebe o ex-governador Aureliano Chaves. Seu José, como sempre, é convocado a ser um dos garçons. Discurso vai, discurso vem, "seu José" vai fazendo o seu serviço, até que o então governador pede para que o super garçom de Santa Rita lhe traga um copo de água mineral. Pedido prontamente atendido, José Cornélio fica ao lado da mesa onde se encontrava o governador, que ao receber o copo de água mineral, vira-se para nosso homenageado e diz: "Com certeza o senhor não é mineiro, não é?". Assustado, nosso garçom diz: "Sim, sou sim, porque a pergunta?". Ao que o então governador responde: "Ora! Você me trouxe um copo de água mineral da cidade paulista Águas de Lindóia, prefiro as mineiras Caxambu, São Lourenço, Lambari...". Então, prontamente, nosso garçom retira o copo de água de Lindóia e o coloca no lugar um copo de água das estàncias minerais de Minas Gerais.
José Cornélio é levado ao posto de melhor garçom da história da cidade não só por aqueles que frequentam ou frequentavam os bares e restaurantes da cidade. Inclusive os prêmios que seu José ganhou provam tal competência para com o atendimento ao público. E uma de suas marcas registradas, sem duvidas, é a simpatia que este senhor sempre apresenta em qualquer situação. E este repórter escreve agora que não foi obrigação nenhuma entrevistá-lo, mas sim, que foi um enorme prazer de conversar com uma pessoa tão simples, de bom coração e tão alegre. Nessas horas dá orgulho de trabalhar na imprensa interiorana.
Texto publicado no jornal Minas do Sul no dia 18 de março
Escrito em 15 de março
