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Artigos-->A FUGA DO 1º BISPO DE CARUARU -- 03/06/2007 - 01:31 (Wilson Vilar Sampaio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O 1º BISPO DE CARUARU E A FUGA DO 1º BISPO DE CARUARU.





Conta o povo que no fim da década de 40, Caruaru estava em festa porque o Papa Pio XII, em 07 de agosto de 1948, autorizou pela Bula "Quae Maiori Christifidelium", a criação da Diocese de Caruaru-PE. O local escolhido para ser a residência do Bispo foi um belo prédio, construído em 1922, destinado a sediar a Prefeitura Municipal. A casa ficava em plena Praça Henrique Pinto nº 99(Rua da Matriz) e sofreu várias melhorias para receber o 1º Bispo Diocesano. Quem seria ele?



Em 14 de agosto de 1949 a Diocese foi instalada para gáudio dos caruaruenses e no dia seguinte, Dom Paulo Hipólito de Souza Libório, o “ enviado do Papa “ , em plena festa da Assunção de Nossa Senhora, tomava posse como o 1º Bispo de Caruaru.



Dia inesquecível... foguetes e rojões eram disparados saudando o religioso que não era muito afeito às manifestações populares de alegria e contentamento.



Com efeito, homem sisudo, cara amarrada, lábios contritos, gestos bruscos, não se sensibilizou com o carinho quase fanático com que Caruaru, por seus fiéis, o recebeu. As senhoras de Caruaru passaram meses fiando, tecendo e bordando os “ panos “ que seriam usados na casa do Bispo. Tudo em cambraia de linho, renascença etc.



A tudo isso o Bispo sequer agradecia. Um dos seus primeiros atos oficiais foi querer mudar, já em 1950, o nome da tradicional Festa da Conceição para “ Festa de Ação de Graça” . Mas não conseguiu. Insatisfeito, ele tenta acabar aos poucos com a festa, deixando a Igreja fechada, sem qualquer iluminação, de 1950 até 1953, período em que só funcionou a parte profana da tradicional e inocente festa dos “ matutos devotos e biriteiros “ de Caruaru.



Mas um dia, um belo e ensolarado dia, o Sr. Bispo de cara amarrada teve de sair, quase fugindo, às escondidas, nas caladas da noite , como diz o povo. E o que ocasionou a fuga do Bispo Hipólito Libório da sua Diocese foi um simples batizado. Simples não, pois era um batizado coletivo, com muitos pagãozinhos que iriam livra-se do limbo.



No dia do tal batizado, os bebês nos braços dos padrinhos, quase todos dormindo ou quietos, exceto um, que chorava alto e sem parar. O inocente bebê não sabia que estava na presença de um Bispo e, em contra-partida, o Bispo parecia não saber que estava diante de um bebê, pois irritado com o barulho do choro, o mandou calar-se mais ou menos assim: “ Psiu, cala a boca peste! “ E quem disse que o bebê obedeceu? Aí foi que chorou mais alto e ainda balançou os bracinhos, como se fazendo pirraça .



Ninguém até hoje em Caruaru sabe explicar bem o que aconteceu. O Bispo chegou junto do bebê e deu um “ puxavante “ com tanta força no braço do incauto recém-nascido que, ou quebrou ou deslocou seu braço, fazendo com que o bebê “ abrisse o berreiro” com mais vigor ainda para logo depois parar e aquietar-se . Na realidade, ele desmaiou.



As pessoas pensavam que o bebê estava dormindo um sono tão pesado que nem quando meteram sal na boca do pobre, o bichinho “tornou”; E o batizado continuou bem rápido para acabar logo.

Mais tarde, os pais já em casa, notaram o bebê choromingando muito e com o braço bastante inchado. Imediatamente associaram o fato do puxão do Bispo ao machucado do filho.



E foi então que o Bispo teve medo, pois logo vieram contar para ele que o pai da criança estava vindo tomar “ satisfação”. E o homem não era de brincadeira não. O Bispo Libório, que de besta não tinha nada, arranjou um automóvel e – dizem os mais velhos – deitado no salão do veículo, deixou a cidade de Caruaru para nunca mais voltar, com medo do corretivo que iria – sem sombra de dúvidas – tomar do pai do bebê.



Foi muita sorte de Caruaru, pois o Bispo seguinte, o 2º Bispo, foi anunciado quando da celebração da criação dos dez anos da Diocese, vinha de Pesqueira, chamava-se Dom Augusto Carvalho e tomou posse no dia 12 de dezembro de 1959.



Este sim... Era tudo que o outro não era. Pessoa de boa índole, trabalhadora, participativa, interessada, simpática. Realizou grandes obras na Diocese e na comunidade, com seus programas educacionais e assistenciais à comunidade carente. Foi graças ao seu esforço que foi criada a Faculdade de Filosofia , entre outras obras.



E quanto ao Bispo Hipólito Libório? Ninguém mais em Caruaru ouviu falar dele, mas deve ter feito carreira...Eclesiástica!





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