Urge construir-se um mundo
Em que os anjos possam ser impunemente anjos
E sua música brote teimosa dentre tijolos,
Calando de vez a voz das marretas.
Que se possa amar num mundo
Em que mão alguma, por vergonha ou medo,
Aborte um carinho.; em que o riso
Incendeie os sonhos dos homens,
Arranque-os das telas, dos livros,
E os traga nus, para brincar nas ruas.
Que se viva enfim num mundo
Onde se possa, simplesmente,
“ Aproveitar o dia”.
(Luiza Foz)
|