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Infanto_Juvenil-->O enunciado do rei -- 22/03/2002 - 23:23 (Odir Ramos da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(Recolhido da tradição árabe)

Certo rei apreciava propor complicados problemas aos sábios para lhes testar o grau de conhecimentos e os manter ocupados em sua função pensativa. Temia que os deixando à vontade, mantidos com os recursos da realeza e sem obrigação de mostrar serviço, se tornassem funcionários preguiçosos, desses que levam os dias a falar de promoções e quinquênios, de olho no tempo que falta para a aposentadoria.

Como sábios vivendo às custas do dinheiro público, portanto remunerados para pensar, deveriam ter os respectivos intelectos voltados permanentemente para pensamentos oficiais, a fim de evitar desvios nas suas cogitações.

Nada mais ameaçador à paz de qualquer regime de governo do que intelectual ocioso e bem nutrido, e se a fonte dessa boa vida provir do dinheiro público, ainda pior. Por uma espécie de remorso suicida, o intelectual usará suas cogitações para questionar o regime que o ceva, engendrará novas formas de governo mais justas e mais eqüitativas - e por respeito às suas idéias e ao seu estômago cuidará para se tornar o principal artífice do governo sucessor.

O rei, que também era sábio e prudente, por isso mesmo conservava-se rei, determinou que lhes fornecessem a explicação para o seguinte fenômeno da natureza:

- Por que um vasilhame cheio de água, se colocarmos nele um peixe vivo, não aumentará de peso? - falou o monarca na reunião dos sábios.

Os mestres pediram tempo para exercitar suas sabedorias, tendo o rei lhes respondido que o teriam à vontade, desde que buscassem tenazmente a solução.

E todos os dias os mestres reuniam-se muito compenetrados, examinando os mais intricados cálculos, de modo a encontrar a razoável explicação para o fenômeno apresentado pelo soberano.

Assim se passaram muitos e muitos anos, o rei fiscalizando os estudos, os sábios sempre longe da solução, mas recebendo os pagamentos mensais, pontualmente.

Quando estavam todos já muito velhos, o rei e os sábios, um deles apresentou ao grupo a proposta de largar os estudos teóricos e tentar a prova prática.

- Como? - os demais perguntaram.

O autor da proposta mandou que trouxessem vasilhame com água, uma balança, pesou, colocou um bagre vivo na água, voltou a pesar. A diferença de 120 gramas era a mesma do peso do bagre. O enunciado do rei era falso.

- Vamos relatar ao rei o resultado da pesquisa! O soberano há de nos recompensar pela descoberta! - disse o que descobrira o erro do enunciado.

Os demais o olharam com ar de muita censura. O rei não seria rei por tanto tempo se não dominasse o óbvio.

Na manhã seguinte, o rei desceu à sala de estudos, os sábios lá se encontravam aprofundados em novas pesquisas, medindo porções de água, calculando...calculando... garantindo o emprego, ora essa...


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