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Cronicas-->Encontros -- 03/03/2002 - 15:49 (JANE DE PAULA CARVALHO SANTOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se viram a primeira vez numa porta de bar - um botequim sujo com cheiro de gordura rançosa. Ela ia comprar cigarros e ele estava tomando uma média. Os braços se roçaram: me desculpe - cara estranho, ela pensou.
Depois, se cruzaram na rua. Ela voltava da casa da amiga doente, vinha com os olhos vermelhos e inchados - chorou na rua mesmo, não dava pra chorar na casa da amiga, era uma doença triste e maltratava muito. Ele estava apenas andando, buscando um momento de privacidade que, ultimamente, só conseguia em meio a multidões.
Pararam e se olharam. Ele sorriu pra ela e ela derramou mais uma lágrima - que droga!
Daí veio o encontro no ónibus. Ele teve a cara de pau de sentar ao lado dela e passar o braço por sobre os seus ombros. Cheirou os cabelos dela e a apertou contra si. Ela se permitiu o carinho e se aconchegou no ombro dele. Não sabiam mais onde iam e não se importaram.
O ónibus seguiu o seu itinerário até o final. Os outros bancos do ónibus trocaram de donos várias vezes e eles permaneceram juntos e silenciosos.
Em suas mentes, só a paisagem que passava como filme nos vidros das janelas; em seus corpos os cheiros se misturavam.
Quando o ónibus estacionou no destino final, desceram e andaram juntos, abraçados, por muito tempo até chegarem a uma praça vazia; era fim de tarde e o sol se punha de leve, envermelhava o horizonte e fazia das construções meras silhuetas. Ele segurou o rosto dela e mansamente se beijaram.
Ela olhou o relógio, o beijou novamente, se levantou e entrou num táxi - precisava ir pra casa, o marido já devia ter chegado e era hoje que as crianças voltavam da casa da avó - quanta coisa pra organizar e amanhã cedo ainda teria que trabalhar, por que suas férias - doces férias - terminavam hoje, junto com aquela tarde morna.
Ele se demorou mais um pouco, depois foi andando até sua casa; lá, pegou sua mochila já pronta no quarto e, sob os milhões de impropérios jogados sobre si pela família, saiu em busca de uma carona num caminhão que o levasse - não importava aonde, bastava que o levasse dali.

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