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Poesias-->Após uma conversa com Gabriel -- 22/07/2002 - 21:21 (Vitor Tadeu) |
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Procurei não entender muito essas visões que ando tendo
Tentei esquecer as mentiras que os padres me contam
Escuto tocar o telefone, na minha casa vazia.
Alguns alucinógenos ajudam a disfarçar minha tristeza
Anjos me perseguem quando estou só
Na parada de ônibus todos percebem minha presença de menino
Os demônios olham querendo deleitar-se do meu corpo
A voz de Deus mais uma vez me aconselha
“Onde estão indo seus sapatos...”.
Hoje o deserto está friorento
E não encontro nenhuma taberna para entrar
Cante uma canção aos espíritos sem estrada
A chuva não vai te visitar nesse crepúsculo
Meu violão sem barbante não quer conversar
Nenhuma garrafa para me esquentar
E viro para o lado e a espada do rei ainda está a sorrir
E ao seu lado vejo a princesa Aurora brincando
E o príncipe Filipe a chorar
Esses sinos com esse rock medíocre
Não param de tocar no meu rádio velho
O meu castelo ainda sujo e denso
Desmaia alguns sonhos meus
Mas já vejo os primeiros raios de sol
Procuro Rimbaud para uma queda de braços
Mesmo sabendo que nas outras tentativas perdi
Só quero navegar no seu barco ébrio
E me embriagar no seu túmulo de vidro
A garotinha nas esquinas das ruas
Chama-me para um parque de diversões
E o corpo sem alma ainda anda de volta para casa
Acreditando encontrar flores no jardim
“Não toque nessa peça,
você pode perder o jogo”.
Olhe, as águas do mar estão mais calmas
Os arcanjos devem estar a dormir...
Vitor Tadeu 10/07/2002
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