As ondas quebram no fim da tarde
E os sol se avermelha atrás do mar deserto,
Alguns pássaros brincam no espaço em chamas
E o tom negro da noite, aos pouquinhos vai se vigorando.
A praia é simplesmente solitária
As águas empurram sua brisa à areia como um segredo,
Um leve vento movimenta a praia por inteiro
Fazendo um ruído que percorre toda orla com serenidade.
Se alguém passar por ali, mesmo que de longe,
Perceberá que tudo funciona como um organismo vivo
E que tudo aquilo é um milagre da vida desperdiçado,
Uma beleza inconfundível tantas vezes ignorada...
(isso é um quadro imaginário)
É verdade, tantas vezes ignorada!
Digo não só desta paisagem, mas de tantas outras que temos em nossa mente.
Digo de todas as belezas que podemos criar.... simplesmente criar.
Nós somos imensuráveis mas fazemos questão de nos limitar!
Nós somos capazes de amar ao próximo
Mas fazemos questão de fechar os olhos ao amor!
Nós somos capazes de imaginar, de inventar,
Mas insistimos em nos subjugar!
Nós somos capazes de explorar o máximo de nós mesmos
Mas passamos nossas vidas explorando os outros...
Assim impomos nossos próprios limites, nossos próprios tabus
E anoitecemos em quartos escuros, trancados, inférteis,
Com muita energia elétrica e pouca naturalidade...
Assim envelhecemos e morremos cegos, já sem energia, enferrujados,
Encharcados de ídolos, de desejos, de quereres, de concretismos,
Enquanto ondas quebram em um mar desconhecido e abstrato
Ansiando por serem descobertas.
(isso é um quadro real...)
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