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Poesias-->CANTORIA DO CAPITÃO -- 23/07/2002 - 09:27 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CANTORIA DO CAPITÃO

para meu filho, aos 18.





Rodrigo meu capitão

dono desta cantoria

aceite meu coração

exultando de alegria

também já tive na mão

um calo desses um dia.



Isso já lá vai uma história

perdida entre os recantos

destes meus cinqüenta anos

que se não trouxeram glória

produziram ledos enganos

se não me falha a memória.



Exceto você, a quem fiz

e a quem tanto propus:

ler, contar, crescer feliz

torcer pelo Santa Cruz

e ser mais do que aprendiz

da grande arte andaluz.



Sobre esses dezoito anos

e mais um metro e noventa

uns fios de barba, lhanos

um buço que se salienta

o cabra até já faz planos

de ser o dono da venta.



No fundo é manso, maneiro

e calça quarenta e três

fechado por derradeiro

pensa, ri, chora e cada vez

que o vejo assim cabreiro

faltou grana no freguês.



Quando em Campo Grande andava

- bairro onde pude crescer -

meu pai também se babava

pra me ver adolescer

longe do prato de fava

e outra coisa aprender.



Mas vou muito além de ter

essa idiossincrasia:

é de vê-lo pertencer

ao trio da confraria

cujo projeto é viver

cada vez em demasia.





Como aprendiz de poeta

(que a poesia nos liberte!)

te mostro feito uma meta:

labutar e se o calo aperte,

a vida é uma bicicleta,

parou, caiu.; ela adverte.



Vou chegando, infelizmente

ao final da cantoria

se a ninguém fez contente

ao menos trouxe euforia

do teu velho aqui presente

nesta hora, mês e dia.



Sim... já ia eu me esquecendo

somente para te lembrar

de não esquecer de, adolescendo,

o violão não “arranhar”,

aprender a fundo, num crescendo

depois ao teu pai lecionar.



Rodrigo, meu amado filho

encerro esta cantoria

almejando talento, brilho

nessa boa companhia

pra deixar fora de trilho

esse tal Paco de Lucia.





Walter Silva

Recife, 21 de novembro de 1995.

extraido de "OS RITOS DA AURORA" ®

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