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Artigos-->Aperfeiçoamento da Caridade -- 18/06/2007 - 15:14 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aperfeiçoamento da Caridade





Assim como as duas outras virtudes teologais, fé e esperança, a caridade é também passível de ser ampliada ou intensificada. Com freqüência, recitamos algumas jaculatórias implorando a Deus que aumente a nossa fé, ou reavive a nossa esperança. Nós, os vicentinos podemos fazer o mesmo com a caridade. Não se trata, evidentemente, de aumenta-la no sentido quantitativo, isto é, mediante obtenção de mais recursos financeiros, de elevar o numero de famílias assistidas, de ampliar as obras unidas ou especiais, ou ainda de incentivar a abertura de novas conferências. Essas medidas, sem dúvida, são importantes para o progresso da obra vicentina.

Porém, o que realmente se pretende é o aperfeiçoamento da caridade do ponto de vista qualitativo, dirigindo-a segundo as trilhas do carisma de São Vicente de Paulo, isto é, integrando-a dentro de um programa completo que deve envolver, não apenas, a assistência material e a promoção social das famílias carentes, mas,também a mudança das estruturas da sociedade corrigindo suas injustiças e, sobretudo, a evangelização dos assistidos intimamente apoiada na fé que professamos.

Essa mudança, todavia, requer da parte de cada confrade ou consocia, um amadurecimento espiritual compatível, porque se trata de fazer crescer uma virtude teologal, também dita sobrenatural. As virtudes naturais, como a sinceridade, a obediência, a paciência, e tantas outras, crescem e se aperfeiçoam pelo nosso próprio esforço, através da prática freqüente e constante de uma boa ação ou de um bom hábito. Já isso não ocorre com as virtudes sobrenaturais que são infundidas em nossa alma pelo poder de Deus, sem esforço de nossa parte, recebidas através do batismo, juntamente com a graça santificante. Assim sendo, elas somente devem crescer pela ação divina.

Amadurecemos na virtude sobrenatural da caridade quando crescemos em graça diante de Deus. Com ajuda da graça, o vicentino vem a descobrir Deus em seu próximo. E desta maneira, tudo se torna mais fácil, e a caridade cresce com o amor sobrenatural que dedicamos a Deus refletido na pessoa do pobre sofredor, a quem passamos a amar, com o amor natural, humano, fortalecido pela graça.

Quando crescemos na caridade, todas as demais virtudes se enriquecem e ficam mais fortes. Já dizia Santo Agostinho que mesmo a virtude da esperança se torna estéril sem a caridade porque “é impossível esperar por aquilo que não se ama”.

O engajamento do vicentino, portanto, deve ser completo, e não pode permanecer em mero humanitarismo, tão somente traduzindo uma atitude sentimental de simples amizade ou proteção. Os fatores condicionantes de tal engajamento se apóiam em dois pontos essenciais, a saber: primeiramente na fé, que alimenta e dirige a caridade, e segundo, na generosidade pessoal que dinamiza e enriquece o trabalho de socorrer os que mais precisam, nesse testemunho de amor a Deus. E, se a fé tem valor realmente para nós, ela nos levará a agir na medida em que nos conscientizamos do verdadeiro sentido integrado da caridade cristã. Também, haverá de nos ajudar a reconhecer e identificar todos aqueles que necessitam realmente de auxílio, e merecem receber a palavra de Deus através de nosso esforço missionário.

Quanto à generosidade que, de início, reflete somente comiseração e pena provocadas pela miséria e o abandono que encontramos, ela acaba infundindo em nossas almas aquele sentimento de amizade que conduz às atitudes de partilha e doação, as características mais marcantes da caridade quando entendida no sentido cristão mais amplo. Vale lembrar, a propósito, as palavras de Pio XI na encíclica “Quadragésimo Anno” sobre a caridade cristã: “Depois de alguém ter dado ao seu semelhante tudo o que tem direito, ainda fica aberto um amplo setor para a caridade”. Em outras palavras, temos muito mais a fazer, além de prestar a assistência material.

Depende muito do empenho do próprio vicentino este último passo para o aperfeiçoamento da caridade. Primeiramente, há que se aceitar plenamente em seu engajamento como confrade ou consócia, o objetivo maior da obra vicentina: a busca da santificação pessoal através do auxílio material e espiritual aos necessitados. Na ordem da caridade, o que conta não é a abundância da ajuda, mas, o amor que deve inspirar os donativos que fazemos, e a amizade que procuramos demonstrar nesse trabalho. Finalmente, para orientar e dirigir a atividade do vicentinismo, é sempre importante lembrar as sábias palavras de Cheviot (1991) ao dizer que “A caridade da esmola não consiste apenas em socorrer a infelicidade dos outros, mas sobretudo, em participar de seu sofrimento.” (Cf. Aristeu M Peixoto – C.P. Centro).

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