Falam, falam, falam
Mais eu nunca me importei
Vivem dizendo que sou corno
Disso eu já sei
Acho melhor ser corno
Do que ser gay
Sou corno o ano inteiro
Inté já me confomei
No mês de Janeiro
Em pleno quente verão
Provei dos chifres, o primeiro
Fiquei muito decepcionado
Quando peguei ela agarrada
Com um cabra todo bronzeado
Já o mês de Fevereiro
Me faz lembrar o carnaval
Pois numa escola de samba
Ela foi me dizer que ia
Ai eu vi a sem-vergonha
Dando pra toda bateria
Em pleno o mês de Malço
Ela me partiu o coração
Foi se confessar com o Padre
E deu também pro Sacristão
Quando chegou Abril
Fui inventar de reclamar
Ela me disse assim: p’siu
Se num tá satisfeito
A mala pode arrumar
Procure outra mulher
Pra mais chifre lhe botar
Mês de Maio, mês das noiva
Pensei em fazer uma coisa:
O casamento oficializar
Pra ver se pelo menos
Ela ia me respeitar
Ôh mulher danada da mulesta
Inté com o garçon
Ela se agarrou na festa
Mês de Junho é São João
Inventei de soltar balão
E também pular fogueira
A maldita sem vergonha
Aproveitou a minha ausência
e deu pra rua inteira
Em Julho, eu pensei comigo:
É férias da criançada
Vamos arruma as mala
E dar uma viajada?
Da idéia ela gostou
E deu pra tudo que’era macho
Aonde agente parou
Em Agosto mês das trevas
Eu tive inté um abalo
Quando vi ela com uma vassoura
Pensei que era pro trabalho
Mas na falta de um macho
Ela usava o cabo como se fosse
Um “baralho”
Em pleno mês de Setembro
No dia da libertação
Ela foi ver a parada
E deu pra todo o batalhão
Em Outubro eu botei quente
Mas nada disso adiantou
Ela inventou que tava doente
Só pra se agarrar com o doutor
Chegou o mês de Novembro
Já no dia de finado
Eu com a alma consternada
Ela sismo de fazer diferente
E deu pra alma penada
E no dia de natal
Eu senti uma dor cruel
Peguei a piranha agarrada
No bilau de Papai Noel
Por fim, trinta e um de Dezembro
Já na festa de ano novo
A safada me prometeu
Fazer tudim de novo.
Autor: Rossini Macedo/Tonho dos Couros
rossini@tonhodoscouros.com.br