Hoje
eu já não sinto
a dor do ser,
ontem morria
e achava-me infeliz
em ser o que sou
O que eu sou
não sei,
o que sinto e o que penso
muito menos
Senhor de minhas
vontades,
que em mim manda
e desmanda
Fim de tudo
começo de novo,
e outra vez
me decepciono
Quase sempre
escapo com vida,
mas com
alguns dias arrancados
E arranco com as mãos
o pouco de pele
que me sobra,
e entrego a ti
como uma recompensa
por tudo que fez,
e principalmente
pelo que deixou de fazer
(19/09/1992) |