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Cronicas-->A vida do construtor Sebastião Justino -- 06/05/2000 - 18:04 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Biografia autorizada
Bairro do Matadouro, hoje bairro da Eletrónica, aqui vivia o menino Tião Justino. De família humilde, esse menino, que nasceu em Santa Rita do Sapucaí há 77 anos, deu o primeiro berro no dia 3 de julho de 1922.
Iniciou seus estudos aproximadamente aos 9 anos no Grupo Escolar Dr. Delfim Moreira, onde parou de estudar no segundo ano primário, por ocasião de mudança da família para a roça. Mora com os pais na roça por algum tempo, mas volta para a cidade aos 13 anos, quando começa a trabalhar em tudo que aparece. É engraxate, trabalha retirando areia do rio Sapucaí e faz serviços de transporte em uma carroça. Como ele diz: "Não tinha um emprego fixo, trabalhava com que pudesse".
A partir dos 16 anos, em 1938, Seu Justino inicia o trabalho que o consagraria. Começa a trabalhar como servente de uma obra. Principia na experiência de erguer as casas da cidade. Mas não podemos esquecer que a atividade cultural é uma das marcas do jovem Justino, através da Associação José do Patrocínio.
O futebol também é uma das paixões que orgulham esse persona. Ele foi um verdadeiro Coringa no time do Flamengo. Atuou em várias posições diferentemente da política que sempre atuou na linha da direita, primeiramente como membro da UDN, depois na Arena e por fim no PFL.
O seu casamento com a senhora Benedita Augusta Barbosa se deu em 26 de janeiro de 1952, casamento que lhe proporcionou 4 filhos e hoje 4 netos.

Construções
É na área da construção civil que seu Justino se destaca na sociedade. Ganha status com a profissão. Mas sua experiência só foi adquirida quando ele trabalhou como servente. Trabalhava nas empreitadas de António Galdino e César del Rosso. Ajuda a construir às residências da elite santa-ritense. Como na música Construção de Chico Buarque, constrói casas que nunca iria morar. Porém não repete o refrão: "Atravessou a rua como se fosse o último", paciência é uma de suas marcas registradas.
Com suas mãos, já como mestre de obras, constrói mais de 50 casas. Um mestre que não precisou fazer mestrado para construir casas. Se por um lado, ele não é nenhum engenheiro civil, por outro lado sem dúvidas, é um dos melhores construtores da cidade. Num país de "Sérgios Nayas" como o Brasil, construtores como seu Justino, são exemplos a serem seguidos.

Futebol
Nos romànticos anos 40, de futebol amador, Justino era o Coringa do Flamengo de Santa Rita. Atuava nas posições onde o treinador pedia que ele jogasse. Lateral-direito, beque, médio-campista, atacante, centroavante etc. Não tinha um setor do campo onde nosso Coringa não atuava.
Os adversários mais perigosos eram Comercial, Botafogo, Flamour e América. Os jogos entre Flamengo e essas outras equipes se transformavam em verdadeiras guerras. Não pela violência da torcida, mas sim por causa dos ànimos acirrados que os jogadores passavam a ter quando entravam no gramado. Eram rivalidades sadias.
A saga de campeão do nosso Coringa pelo Flamengo só aconteceu uma vez. Foi no ano maravilhoso de 1946. Ano em que as instituições democráticas voltaram a funcionar no Brasil. Lances lindos eram realizados nas partidas do Flamengo. Uma das melhores jogadas do rubro-negro de Santa Rita era a triangulação do meio campo do time. Fio passava a bola para Tião Daquinha, que rolava redondinha para a meia direita com Zé Pequeno, que rolava para o chute de Justino Coringa na meia lua que a chutava e fazia a bola dormir no fundo do gol dos adversários...

Política
Ao contrário do futebol, na política ele não era um Coringa. Sempre esteve a direita na política. Nos tempos do Bilac Pinto e do Coronel Chico Moreira, ele pertencia a União Democrática Nacional (UDN), nos tempos dos governos da caserna, ele era da Aliança Renovadora Nacional (Arena) e nos tempos da
Nova Republica pertence aos quadros do Partido da Frente Liberal (PFL).
Seu Justino saiu candidato a vereador duas vezes. Na primeira eleição que seu Sebastião disputou no ano de 1973, ele empatou em números de votos com Plínio Cunha Azevedo, que acabou se tornando vereador na recontagem dos votos.
Na segunda vez que disputou a eleição, Justino conta que saiu candidato por livre pressão. Ele não queria mais disputar uma eleição, só que o partido colocou ele na disputa eleitoral.

Associação J. Patrocínio
Fundada em 1929 por Maria Bonita para funcionar como sede do bloco das Mimosas Escravinas, a Associação José do Patrocínio foi reorganizada em 1944 para que a associação se tornasse um clube, com preocupações sociais. Nesta reorganização, seu Sebastião Justino foi eleito o primeiro secretário. E foi assim, buscando sempre novidades, que seu Justino trilhou a sua vida. Um mestre de obras que ajudou a construir Santa Rita do Sapucaí.

Texto publicado no jornal Minas do Sul no dia 1º de abril
Escrito em 29 de março
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