E eu que era sempre tão sensato,
Acabo que agindo feito louco.
Declaro meu amor ao teu retrato,
E quanto mais eu falo, mais me é pouco.
E quanto mais ensaio, mais me falta
O verso que eu fiz pra te encantar.
E então, embaraçado, na ribalta
Esqueço o meu soneto em teu olhar.
E esqueço a minha voz nos teus ouvidos
E esqueço as minhas mãos no teu vestido,
Atado a tua cega liberdade.
Já não importa mais meu pensamento,
E teimo em trocar por um momento
O ponderado pela insanidade.
R.P. 2002 |