A pomba saltitava contente entre os grãos, debicando aqui e ali. À hora do costume, apareceu o velhote com um saco cheio de restos de pão. A pomba abandonou o milho e aproximou-se contente. Esperou e, logo que o idoso começou a sacudir o saco, correu no seu passo miúdo, ferrou bem um bocado de miolo e correu para um beiral vizinho. Humedeceu o pão e deu-o no bico dos suas três crias. Fez mais duas viagens e, depois, regressou ao milho que estava espalhado pelo chão.
De vez em quando, tinha de dar saltos mais rápidos, ou mesmo voar, à frente dos pés de alguma criança que a tentava apanhar.
Começou a sentir frio, apesar de todas as penas que cobriam o seu corpo. Lembrou-se dos pombinhos e teve ânsias de regressar ao ninho. Assim fez, num voo rápido e certeiro.
Colocou-se de modo a ganhar espaço, abriu as asas e cobriu as pequenas aves. Ainda se ouviu uns «pius-pius», mas logo que o silêncio cobriu a cidade, adormeceram aquecendo-se mutuamente.
No dia seguinte, a história repetir-se-ia... E assim sucessivamente até que os pequenos crescessem... Faltaria então ensiná-los a voar. Só os deixaria quando pudessem voar sozinhos. Um novo ciclo de vida iria recomeçar.
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