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Artigos-->Monte Verde -- 14/11/2001 - 16:25 (ANGEL DRAVEN) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Monte Verde



Esta é a enésima vez que retorno a Monte Verde. Às vezes, chego a ter a sensação de que nunca saí daqui e que pertenço a este lugar, desde o princípio.

Este sentimento é difícil de explicar, como qualquer outro sentimento. É uma profunda sensação de bem-estar geral, paz interior, integração com a natureza, harmonia com as estrelas, amor incondicional.

Talvez seja o cheiro da madeira seca queimada nos aquecedores das pousadas e das piscinas, nos fogões a lenha e nas lareiras dos chalés. Talvez seja o belo e agradável contato com a exuberância da natureza primitiva e vida simples. Talvez seja o frescor do vento de montanha, seco pela altitude e puro por natureza. Talvez seja pela vista infinita através dos vales e montanhas sem fim, verde e tons de verde, entre montes e montes verdes.

Tudo isto junto, talvez. Isto e muito mais é Monte Verde, um pedacinho do céu na terra, encrustada nas montanhas verdes do alto da Serra da Mantiqueira, ao sul de Minas Gerais, mais precisamente a S 22 51’ e W 046 04’, segundo o GPS .

Hoje escrevo do deck da piscina do “Fazenda Hotel Itapuá”, de onde os montes de pinheiros e araucárias são mais verdes, enquanto a vista puder alcançar. Dando os devidos créditos, é mais um belvedere com ufurô e piscina que um simples deck. Imaginam o que é escrever dentro de um tanque de hidromassagem com uma vista magnífica de um vale verdejante? Inspiração é pouco para descrever a sensação, como todas as outras sensações. Ao longo dos anos, conheci praticamente todos os hoteis e pousadas daqui, já que são menos do que as vezes que vim para cá. E confira que são muitos! Idem para os restaurantes. Posso garantir que todos são ótimos, cada um com seu toque particular e charme especial.

A primeira vez que vim para Monte Verde foi a convite de um casal de amigos, o Daniel e a Gisele, com quem praticava eventualmente escalada em rochas. E nestas serras da Mantiqueira existem algumas formações rochosas ideais para uma escalada de fim-de-semana. Em um desses feriados prolongados combinamos de ficar num chalé alugado por eles durante o final da semana para caminharmos pela região e escalarmos algumas pedras.

Saí de Sampa lá pelas 22h30min rumo a Minas. Resolvi viajar a noite, como sempre faço, embora não conhecesse as estradas nem o caminho, que diga-se de passagem, naquela época eram terríveis. Rodovia Fernão Dias, com mão dupla, repleta de crateras onde deveria haver asfalto e de abismos onde deveria ter um acostamento. Mas vamos desviando de uns e caindo em outros.

Tunel da Mata Fria, Mairiporã, Atibaia, Bragança, Extrema. Depois de Camanducaia, uma estradinha sinuosa com tantos buracos que mais parece filhote da Fernão Dias. E depois, fim do “asfato” e começo da terra. Segundo nossa anotações, ditadas ao telefone pelo Daniel a minha companheira: “quando começar a terra voces vão ver uma ponte de madeira e depois da ponte voces ficam a direita”. E assim o fizemos: estrada de terra, ponte de madeira, ficar a direita... e andamos de carro pela madrugada por mais de uma hora e nem uma luzinha, nem pousadas, nem SOS, nem placas, nem nada. Depois de tanto tempo, e termos chegado no alto de uma serra de onde se avistava todo um vale e nenhuma luz, concluímos que estavamos perdidos. Consultei o GPS: pronto... agora me sentia mais aliviado. Estava p-r-e-c-i-s-a-mente perdido. Não é para isso que serve esta geringonça?

Apaguei todas as luzes do carro e saí para ver se via algum sinal de povoado ou luzes. Olhei 360 graus e nada. Só serras, mata, vales e silêncio. Foi quando vi pela primeira vez o céu no meio da mata da Serra da Mantiqueira. Nunca havia imaginado que haviam tantas estrelas assim no nosso céu. Era como eu havia visto uma vez, numa apresentação do planetário, quando adolecente, sem pensar que um dia veria aquela cena de verdade, ao vivo e a cores. Sim, a cores, porque existiam estrelas de todas as cores, brilhos, tamanhos. E milhares, milhões, bilhões de pontinhos luminosos brilhavam e desenhavam constelações.

— Olha, aquele alí é o Escorpião e mais a direita está o Cruzeiro do Sul – apontou minha companheira, me indicando a conhecida formação de estrelas.

— Se aquele é o Cruzeiro e estamos indo na direção da Intrometida, significa que estamos indo para o Sul – deduzi.

— Exatamente. E acho que Monte Verde deve ser mais ao norte ou nordeste.

A irritação de ter me perdido havia se desvanecido frente ao esplendor de um céu pontilhado e repleto de sóis e mundos, sob nossas cabeças. Inclusive nos indicando para onde não devemos ir. Não sei quanto tempo fiquei alí contemplando aqueles sistemas e galáxias distantes. Hoje sei que foi o tempo suficiente para Monte Verde me fisgar para sempre. Retornei para o carro, acendi as luzes mais por necessidade que por desejo e voltei para a ponte de madeira no início da estrada.

Estava feliz e sorrindo e agora sabia por que tinha entrado a direita “logo depois da ponte” e não simplesmente me “mantido a direita”, em direção a Monte Verde.

É que precisava dar uma voltinha até o Planetário da Mantiqueira para relembrar o que era importante na vida e para que direção deveria seguir.

Chegamos no chalé quase que ao amanhecer e nossos anfitriões estavam dormindo, mas nos deixaram um bilhete: “seu quarto é o da direita. Tem comida na geladeira. A descarga do banheiro na funciona, usem o balde. Acordaremos as 6:30 para escalar.”

Rapidamente usei o verso do papel e a caneta sabiamente deixada para responder: “Obrigado pelas dicas, principalmente a do balde. Chegamos muito tarde e vamos ficar dormindo. Nos encontramos nas pedras”.

No dia seguinte, fomos dar uma volta na “cidade” de Monte Verde e na sua principal (mas não única) “avenida”. Me encatei com a cidadezinha, um misto de Visconde de Mauá (RJ) com Campos do Jordão (SP). Isto é Monte Verde (MG), e muito mais.

Me informei que a pedra mais próxima e fácil de chegar no topo caminhando era a tal “Pedra Partida” e imaginei que eles estariam por lá. Bingo! Nos encontramos no caminho para a Pedra Partida, num boulder onde a Gisele tentava subir sob a “segurança” do Daniel. Era tarde para caminharmos para outros lugares ou para irmos escalar em outras pedras, pois eles já estavam cansados. Marcamos uma boa caminhada para o dia seguinte. Daniel nos informou que Monte Verde tinha várias opções para boas caminhadas, com trilhas de todos os tipos e graus de “facilidade” ou de dificuldade. As dicas para o dia seguinte eram as de sempre: uma boa bota de trekking ou um tenis com solado anti-derrapante; mão livres com tudo mais na mochila pequena; bastante água; um agasalho, pois bem cedo e a tardinha a temperatura cai bastante; alimentos leves e energéticos.

Dia seguinte: manhã de céu azul, frecor da montanha, mochila nas costas, bota nos pés e pé na trilha.

Fomos de jeep pela avenida das Montanhas, passando pelo Portal, subindo sempre, até passar pela pousada “Nico on the Hill” e depois pela caixa d’água, até chegar ao StarBar, onde inicia a trilha até as 3 pedras mais conhecidas. Seguindo a trilha da esquerda fomos rumo a Pedra Partida (2.050 m de altitude, segundo o GPS) e depois para a Pedra Redonda (1.990 m). É uma trilha leve que pode ser feita por idosos e com crianças, pois é bem marcada e desmatada. Estas duas pedras estão bem próximas uma da outra e logo chegamos ao topo de ambas, onde já se tem uma idéia da topografia e do vale de Monte Verde.

Lá de cima, Daniel nos contou que a história de Monte Verde se confunde com a história de um imigrante da Letônia que se estabeleceu por aqui. Em 1940, Verner Grinberg viajou a cavalo em companhia de seu pai para tomarem posse da “Fazenda Pico Selado” e conhecerem melhor a região dos Campos do Jaguari, onde estava a propriedade da família.

Verner Grimberg nunca esqueceu esta aventura nem as paisagens semelhante a terra natal de seus ancestrais. Alguns anos mais tarde resolveu se instalar devido ao clima e a topografia tipicamente europeus dando o nome de Monte Verde ao povoado que se iniciava. Coincidentemente, o sobrenome Grinberg também significa “Verde Monte”, traduzindo-se para o português.

Descançados, após uns bons goles d’água fresca, seguimos descendo de volta ao início da trilha para virar a direita rumo ao Chapéu do Bispo.

Depois da placa indicativa no início da trilha, levamos cerca de 30 minutos para atingir a base da pedra, no topo do monte a aproximadamente 2.030 m de altitude.

Aproveitamos a calma e a “estrutura” do local para fazermos nosso lanche de almoço e conversarmos um pouco mais sobre a região e a cidade.

Monte Verde faz parte de Camanducaia que fica ao sul de Minas Gerais, a cerca de 172 Km da capital paulista e entre 1.360 e 1.630 m de altitude na Serra da Mantiqueira. Tem clima ameno o ano todo, mas com temperaturas que variam de 28 C no verão a –10 C no inverno. Já tive oportunidade de acordar cedo e ver os campos cobertos por uma fina camada de gelo, formada durante a noite pela geada fria.

Hoje a cidade de Monte Verde deve ter mais de 5.000 habitantes fixos e colonização européia se faz perceber no estilo das construções, nos nomes dos estabelecimentos de comércio e na culinária. Esta última já adaptada ao modo mineiro, de forma que encontramos um chucrute e um leitão a pururuca no mesmo restaurante.

Após o breve lanche, sentado numa pedra e buscando a sombra de um arbusto, ficava mesmo imaginando se não preferia estar lá pela cidadezinha saboreando uma salsicha alemã com um tutu a mineira, acompanhada de uma cerveja gelada, ao invés de estar metido nestas trilhas. Daniel tirou-me desta meditação com um inesperado convite para escalar até o alto do Chapéu do Padre por uma chaminé natural formada pelas rochas.

E lá fui eu me esfregando e batendo todo pela pedra para chegar um pouco mais alto. Bati o cotovelo num bico de pedra, bem naquele pontinho que “dói prá caramba”. Mas consegui subi até o topo.

Foi então que descobri porque preferia estar comendo sanduíche de queijo no meio do mato, sob o sol, vivendo literalmente “a pão e água”, ao invés de um strogonof na cidade. Confesso que a vista do alto do Chapéu do Padre era mesmo divina. De tirar o chapéu.

Novo ânimo, vida nova. Mochila nas costas, lixo na mochila, pé na trilha. E lá fomos nós em direção a Pedra do Platô, que segundo nosso “guia” tinha uma das melhores vistas.

Durante este trecho da caminhada, resolvi comer a “sobremesa” do almoço: uma barra de chocolate caseiro meio amargo, comprada numa das lojas da cidade no dia anterior. Não sei se a química gerada pelo chocolate, como dizem, ou se a euforia gerada pela paisagem, ou se a adrenalina da escalada, ou se a química da caminhada, mas algo de incrível se passava comigo naquele trecho e momentos. Era uma sensação difícil de descrever, como todas as sensações. Era como um sensação de leveza, como se os problemas (que problemas?) tivessem ficado lá embaixo. Aqui em cima só o céu, o verde dos montes, o frescor das trilhas, o carinho do sol, o som dos pássaros e das botas nas pedras e nas folhas secas. Descobria que este era o verdadeiro Monte Verde, isto e muito mais.

Chegamos no Platô e o tempo foi generoso conosco. Podiamos ver no horizonte azul e verde, enquanto a vista alcançasse.

Nosso guia ia descrevendo mais de 5 cidades do Vale do Paraíba. Paisagem digna de filme, livro, conto e crônica. Além disso, me chamou a atenção alguns ferros chumbados na pedra que serviam para demarcar a divisa entre os estados de Minas e São Paulo. E era assim que eu me sentia: dividido, apertado. Como uma espada cravada numa pedra. Entre o céu azul e a terra verde. Entre o virado a paulista e o tutu mineiro. Entre o urbano e o rural. Lá embaixo as cidades “grandes” bem pequeninas, aqui em cima os montes verdes, bem grandes. Não sei se foi a energia telúrica das pedras, ou o ar puríssimo ou a energia bulcólica da mata, mas me deu uma forte vontade de urinar. Corri para um arbusto e comecei a me aliviar. Senti um arrepio seguido de um grande calor, que me proporcionou um êxtase de profunda integração com a natureza. Uau! Aproveitei o arbusto e resolvi fazer “barba e cabelo”, serviço completo. Uau! Não mais me sentia divido nem apertado. Deixei no alto do monte um monte não muito alto nem verde. Mais isto tudo faz parte de Monte Verde, isto é muito mais.

— Que montanha é aquela? – Perguntei ao nosso guia.

— É o Pico Selado – respondeu Daniel – Inclusive deve ser o quinto pico chamado Selado que conheço.

— É mesmo – concordei sorrindo – Conheço um outro em Visconde de Mauá com o mesmo nome.

Decidimos voltar no dia seguinte para irmos até o Pico Selado, pois embora bem perto a trilha era “chata” segundo nosso experiente guia.

De volta a cidade e ao chalé com a descarga quebrada (que agora pouco me importava), tomei um belo e merecido banho com água aquecida a gás, bem quente. Resolvemos jantar num dos restaurantes recomendado pelos moradores locais.

O Alpes du Village tinha tochas acesas na entrada criando uma atmosfera quase medieval. Não sei o que foi que abriu o meu apetite. Se foi o clima ameno do vale, ou o ar puríssimo da serra ou a harmonia da natureza, ou ainda a caminhada mesmo. Sei que a sopa de entrada e a truta com batatas só foram suficientes porque as porções eram generosas e caprichadas. Tudo regado a um bom vinho tinto, embora a etiqueta recomendasse um branco, aqui isto não faz a menor diferença. Tudo de conformidade com a moda alemã, num restaurante francês, numa serra mineira. Excelente sincretismo culinário e bela combinação. Não sei se a caminhada, a sopa, as trutas ou mais provavelmente o vinho tinto, me fizeram dormir o “sono dos justos”, tranquilo, reparador, profundo.

Minha companheira se queixou um pouco da noite. Vezes pela cama, mais mole ou mais dura que a habitual, outras vezes pelo frio, outras porque a Gisele era sonâmbula e falava, em alto e bom som, durante a noite. Parece que acordou a todos, menos a ela mesma e a mim. Somente os justos dormiram bem.

Depois desta primeira vez, voltei em várias e inúmeras outras oportunidades para Monte Verde. E por aqui já me aconteceu de tudo.

Já caminhei por todos os picos, trilhas, cachoeiras e lugares existentes e desconhecidos pelos guias. Já cavalguei por outras paragens e trilhas onde quatro patas vão melhor que duas ou de carro, pois certa vez atolei o carro tentando manobrar para voltar. Já fiz motocross por estradinhas muito apertadas onde só se passa a pé ou a cavalo. Numa dessas vezes, caí de moto na entrada do Hotel Fazenda Cabeça de Boi (sugestivo o nome) , quando estava devolvendo a moto alugada, destruindo a lateral esqueda, tanto da moto quanto da minha roupa. Miraculosamente escapei de mais esta, ileso. Voei de monomotor que decola e pousa diretamente do “Aeroporto de Monte Verde”. Garanto que a vista lá de cima é tão bonita quanto a do alto dos picos. A diferença é que se pode imaginar a sensação que os vários falcões que existem na região têm ao sobrevoar as serras, as araucárias e os montes. Vale cada centavo e momento de pânico.

Tudo isto já fiz em Monte Verde, tudo isto e muito mais.

Aqui as avenidas não têm nomes de políticos nem de paises, nem de naturalidades. Nem tem fast food, nem fila, nem celular, nem corre-corre. Têm nomes de fazenda, de passarinhos, de constelações, de árvores.

Você anda pela Avenida Monte Verde “toda vida” e a lojinha ou restaurante que você procura tá como “um tirím-de-espingarda”, logo alí. Se quiser começar bem o dia, com um excelente café da manhã, dobre “as direita” depois do Portal na avenida da Fazenda e vá na Casa de Chá Myosótis da dona Lídia.

O almoço pode ficar por conta do Tropeiro de Minas, com fogão à lenha, na avenida Sol Nascente. Se preferir a comida caseira da Dona Dita, onde “tudo é feito com carinho”, vá até a rua Pau Brasil. O happy hour pode ser lá na rua das Chácaras, com um beirute da lanchonete Capricho, ao lado da igreja católica. Já a Mamma Tera onde o “nhoque recheado” faz sucesso desde 1984 fica rua Rolinha e é o preferido da minha companheira, para um jantar nas noites frias. Se nada disso for suficiente para um dia calmo e tranquilo, aproveite a gostosura da comida mineira com um toque europeu dos diversos restaurantes da Avenida Monte Verde mesmo, que oferecem sopas, trutas e foundees. Experimente a cantina Roma, a Kartoffel Haus (casa da batata), o Sherwood ou o Mont Vert, meu preferido, que fica “uma rua antes do Bradesco”.

Tudo isto se come em Monte Verde, tudo isto e muito, muito mais.

Aqui fiz planos de ter filhos e depois vim caminhar com minha companheira já grávida. Depois andamos os tres juntos pelas trilhas, quando minha filha começou a dar os primeiros passos.

Isto tudo é Monte Verde, isto tudo e muito, muito mais. Muitos contos, crônicas e histórias mais. Muitos sentimentos mais, muitas sensações a mais. Muito difíceis de descrever, como todos e qualquer outro. Assim como Monte Verde. Que é verde como qualquer outro monte, mas é muito difícil de descrever, pois este Monte é muito, mas muito mais Verde. E isto é tudo.



(Angel Draven)

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