O vereador João Manoel dos Santos (PTB) está perto de completar a quinta legislatura. São quase 20 anos atrelados ao legislativo municipal, cerca de 240 meses (e salários), 4.380 dias e muita preocupação.
João Manoel hoje ocupa a presidência da casa; mas na legislatura passada exerceu o encargo, tendo por causa disso muita experiência.
O edil não se envergonha de seu passado durante o qual desempenhou a missão nobre de cortador de cana. Manoel veio do interior de Minas e quando chegou a Piracicaba obteve o apoio do professor Elias Boaventura (também mineiro) que na ocasião funcionava como Reitor da Universidade Metodista de Piracicaba.
Na década de 80 (a década perdida, do cruzado, cruzado novo, planos Bresser, verão e confisco de poupanças) o PDT precisava ocupar espaços políticos antes usufruídos pela elite latifundiária de Piracicaba. Manoel conseguiu, naquele tempo, importantes laços e alianças que lhe facilitaram a manutenção no poder até os dias atuais.
Se antes Manoel servia às forças opositoras, hoje o pai de oito filhos (todos formados e empregados), serve a situação. É João Manoel quem garante o apoio ao prefeito Barjas Negri (PSDB), legítimo representante do neoliberalismo econômico e globalização, seivas ideológicas do seu partido.
Manoel sabe que as promessas políticas são quimeras ou quase sempre inexeqüíveis. Quem é que não se lembra de ter o nobre edil ao tomar posse em 2006, garantido numa publicação pela imprensa, implantar um projeto onde as pessoas desempregadas seriam contratadas por empresas dos bairros?
Na legislatura passada Manoel foi relator das comissões formadas para discussão de assuntos relacionados à cultura, educação, ciência e tecnologia.
E qual foi o eleitor zeloso que pôde afirmar serem incompetentes seus préstimos por não ter ele os conhecimentos específicos sobre educação, ciência e tecnologia?
Projetos de lei, moções de aplauso, e debates profícuos certamente cercaram o político nesses anos todos. Quem ganhou muito com isso foi a população de Piracicaba, com certeza. A cidade lucrou mais do que lucraria O Estado de Minas Gerais inteiro, se ele tivesse permanecido por lá.
O vereador é tão ocupado, mas tão ocupado que não teve tempo para atender o http://laranjanews.blog.terra.com.br. Nas duas vezes em que foi procurado, a primeira por telefone e, a segunda na câmara municipal, seus assessores informaram que ele não estava.
João Manoel é um bom pai, bom sogro, bom avô. Na casa dos sessenta o mineirinho, ereto, tem ainda muito para dar aos seus eleitores. Não há quem diga ter sido seu legiferar precoce.
