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Cronicas-->Gabolices de juventude (vol.1) - O porre -- 05/03/2002 - 18:39 (Julio César Amorim de Oliveira Mulatinho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu primeiro porre homérico aconteceu lá pelo já distante final de 1998. Não me lembro o motivo. Aliás, quem precisa de motivos para tomar um porre? O que sei é que havia uma garrafa de Cortezano dando sopa e eu afanei-a e levei-a para a praia de Grussaí, casa de meu amigo Cassiano.

Era um desses mal-afamados "churrascos da turma". Muita carne, Legião Urbana no violão e bebidas. Como eu já disse, sem motivo aparente comecei a tomar muita cerveja (logo eu, auto-proclamado abstêmio e louco por Coca-cola) e logo após também tomei muito vinho. Quem é iniciado no assunto sabe que essa mistura nunca leva a bons resultados. Pois bem, eu achei que o "barato" dessa mistura era pouco e resolvi tomar o supracitado Cortezano. Disso tudo eu me lembro, ou seja, era um porre comum, em que a gente não sabe bem o que faz mas ainda está consciente. O problema é que eu tomei a garrafa de Cortezano inteirinha (obs.: o líquido estava quente) e ainda fui à rua (escoltado por um amigo - ah!, a amizade!) comprar outra.

Minhas lembranças terminam alguns goles depois de abrir esta segunda garrafa. Daí por diante não respondi mais por mim e tudo que sei me foi contado por terceiros. O fato é que eu comecei a rolar na areia dos fundos da casa e miraculosamente não bati a cabeça em uma parede ("você estava girando muito rápido, se batesse a cabeça provavelmente teria sérios problemas", disse-me uma testemunha). Seguraram-me daquele modo em que uma pessoa pega seus braços e outra suas pernas e você fica sem poder se mexer. Gritei que tinha pànico de ficar sem poder me movimentar (uma paranóia que, sei lá porquê, vinha passando pela minha cabeça à época).

Tentaram conversar comigo - como se um sujeito naquelas condições fosse capaz de pronunciar alguma palavra ou entender uma pronunciada por outra pessoa. Um amigo me falou de como minha dignidade seria ferida por aquele episódio e como eu sofreria toda sorte de sacaneações na Escola. Sabem qual foi minha resposta. Coloquei a língua para fora e fiz aquele barulho irritante em que vai cuspe para todo lado. Onomatopéia: plrrrrrrrrrr!!! Ele, irritado, tentou enfiar o dedo em minha garganta para provocar o vómito e eu simplesmente mordi seu dedo. Pensar em como deve ter sido esta cena sempre me faz rir, é exatamente o que estou fazendo agora.

Depois disso veio aquele famoso momento degradante: resolveram me dar um banho e eu, no meio da chuveirada, saí correndo nu pela casa, mostrando minhas partes às meninas presentes (que, inclusive, até hoje me sacaneam devido a um suposto tamanho PP de alguma coisa - aliás, até hoje não consigo acreditar que realmente saí correndo durante o banho; simplesmente não combina comigo, mesmo bêbado). Aliás, esse banho até hoje rende piadinhas a respeito de uma certa "pinta na nádega esquerda". Ao menos posso garantir que a integridade do meu pavilhão reto-furicular foi respeitada.

Daí, crielmente me colocaram para dormir no chão frio do lado de fora da casa onde eu vomitei um bife inteiro - outro episódio lamentável que até hoje rende perguntas tipo "por acaso você não mastiga as coisas que come?". Mastigo, mastigo sim, esse lance do bife entra no rol de "grandes mistérios da humanidade", já que creio que jamais solucionarei esta história.

Algumas horas depois, acordei, já sóbrio, envolto em vómito, com dor-de-cabeça, arranhões, escoriações e hematomas por todo o corpo e me perguntando "o que foi que aconteceu?!?". O detalhe é que eu tinha que viajar para o Rio de Janeiro naquela manhã, mas obviamente não fui. Ao longo de todo o dia tive que aguentar as explicações sobre o que eu havia feito. O pior são aquelas perguntas "por que você fez isso?". Vão todos para o diabo que os carregue. Não sei porque fiz, só sei que fiz e hoje tenho algo - indigno, é verdade - para contar.


Campos dos Goytacazes, 1º de março de 2002
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