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Cronicas-->O universo caboclo em sete voltas -- 06/05/2000 - 18:11 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
1ª Volta
No máximo da escuridão surgia a personagem desta história. Com trovões e raios fumegantes iniciou-se a vida de dona Sebastiana Souza. O mundo ficara encantado com o surgimento da futura mulher do descendente de italiano Isbelo Baldoni.
O local de nascimento foi no bairro Pouso do Campo. A data em que nasceu, emerge do ano de 1916, no dia 9 de setembro. Na tranquilidade da vida rural foi criada a linda menina. Criada pelos pais, que eram sitiantes, a jovem logo se tornou uma meiga mulher dedicada aos afazeres da roça e da casa. Desde cedo ajudando o pai na terra e a mãe na botoeira.

2ª Volta
A senhora pequenina de 83 anos, de naturalidade santa-ritense, sempre se ocupou de alguma forma. A sua imagem para mim é de uma mulher que não para. Sempre está em atividade. A sua devoção é estar de bem com a vida a qualquer momento! A sua marca é nunca parar, para não se aperceber jamais dos erros ali deixados. Depois ela vai e os conserta com sua magnitude florida!!!
Estudou como muitos daquela época até o terceiro ano primário. Que hoje vale tanto como obter um diploma do segundo grau. Se por um lado é pouco letrada, por outro demonstra sua capacidade de pragmatismo. A sua vivência substitui e muito o ensino doente a que nossas crianças recebem hoje.

3ª Volta
Dona Sebastiana Souza não é conhecida por esse nome e sim por Dona Zi. A razão porque é chamada por Dona Zi a própria razão desconhece. O motivo é que todos a chamam de Dona Zi. A Dona Zi da fazenda, dos amigos, do filho Walter Baldoni, dos netos que ela tanto ama, do administrador Zé Chagas que ela tanto admira e de tantas outras pessoas que a chamam de Dona Zi.
Dona Zi aprendeu desde cedo a fazer "filê". Hoje, talvez, ela seja a única mulher que ainda utiliza o método para se fazer o "filê". O "filê" é um tipo de bordado que muitas mulheres faziam antigamente. É um trabalho de bordar, um trabalho difícil de ser realizado.

4ª Volta
No dia 15 de maio de 1947, Dona Zi deixa de ser Sebastiana Souza para ser Sebastiana Souza Baldoni. Casa-se com um dos descendentes de italianos da família Baldoni.
Isbelo Baldoni tinha uma venda de salgados, bebidas etc na fazenda dos Capistrano. Eles moram ali na venda durante uns cinco anos. Quando, através da força e do capricho de Dona Zi, compram o Sítio Sta. Ephigênia, aonde iniciariam a vida plantando café para vender.
O sustento da família muitas vezes veio do plantio do arroz, do feijão, do milho, das verduras, legumes e das criações que Dona Zi fazia questão de ter. Foram dez anos de trabalho e amor no Sítio Sta. Ephigênia. Momentos que hoje trazem belas recordações para ela.

5ª Volta
Do sítio Sta. Ephigênia, que hoje continua tomado por café, para a Fazenda São Joaquim, que também é formado por um imenso cafezal. O café e o trabalho são uma das várias paixões dessa senhora. Por suas mãos já passaram mais de um milhão de mudas de pé de café até hoje. Isso mesmo, mais de um milhão de mudas de café foram feitas por Dona Zi.
O viveiro onde Dona Zi fazia as mudas de café era frequentado pelos mais variados fazendeiros da região que estavam ali em busca dos cafés mágicos do universo caboclo de Dona Sebastiana Souza Baldoni. A venda das mudas de café feitas por Dona Zi eram efetuadas pelo filho Walter Baldoni.

6ª Volta
Na época em que Pedro Moreira foi prefeito da cidade, Dona Zi deu aulas no mobral durante cinco anos. Onde póde passar não só o seu pequeno conhecimento teórico para os alunos, mas, também a sua vasta experiência das coisas para os educandos.
Mas a sua vida também foi destacada pela sua boa cozinha. Um dos pratos mais apetitosos dela é sem dúvida a galinha caypyra juntamente com os seus doces de laranja, goiaba e arroz que são legitimamente myneyros.

7ª Volta
A maior felicidade desta senhora é ver os seus netos chegarem do Ryo de Janeyro, onde moram. O seu filho Walter Baldoni que atualmente está na Bahia, onde administra uma fazenda lá, também é uma de suas felicidades.
E o que não pode deixar de passar nesse persona é que Dona Zi sempre administrou a fazenda. Ela sempre tomou frente daquilo que ela queria que fosse bem sucedido.
A firmeza desta senhora, sem dúvida nenhuma, é registro da demonstração da força que as pessoas do meio rural são puras diante de tanta poluição generalizada. O universo caboclo é assim... Ele passa e a cidade não vê. O campo é mágico e profundo como um universo...

Texto publicado no jornal Minas do sul no dia 15 de abril
Escrito em 13 de abril
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