Quantas águas fazem uma tempestade em meu copo?
Pouco posso estancar minhas mágoas
Tantas iras! Tantas tiras de barbante a apertar minh’alma
Não há calma, não há volta
Em volta é mar de lama, revolta e caos
Maus meninos à solta
No ponto, a chama destrói
Corrói o resto de respeito, do básico direito
Aonde foi o valor da vida
Índio queimado, à vista
A Capital, igual, assiste
Insiste nas mesmas notas que Renato tocava
A mesma tecla, mescla de poder e podridão
O jovem que acolheu Russo se recolhe pasmo
Escolhe não pintar a cara
Esquece a rara coragem, lavada
Sento à beira do Lago
Logo trago minha visão, minha leitura
Pura, repleta de amargura
À procura de um rio que corra para o mar.
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