Usina de Letras
Usina de Letras
155 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62210 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Voces nao podem passar !!! -- 29/05/2002 - 12:04 (mckay) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A pequena fada fazia como podia para equilibrar-se sobre o imenso ombro do guerreiro enquanto esse corria em disparada através dos grandes campos de Rodan, o exército de Orcs correndo desesperadamente atrás deles. Havia pelo menos 100 Orcs para cara um dos integrantes do grupo, a única chance era correr...
Atravessaram em disparada o pequeno riacho, uma flecha veio dos arqueiros Orcs e derrubou a pequena criatura do ombro do guerreiro.
Esse parou imediatamente para socorrê-la.

Essa se elevou no ar e tranqüilamente e disse: “Agora eu me convenci. Ainda há algo de bom para ser salvo”.
O guerreiro apressou-se em recolhê-la mas ela não permitiu.
“Não há tempo para isso, os Orcs estão chegando ! Vamos embora !”
Agora a pequena fada já voava na altura do rosto do guerreiro, esse ficou em pé e desembainhou sua espada e virou-se contra o exército.
Tranqüilamente a fada respondeu, com sua voz melódica e suave:
“O tempo sempre espera por aqueles que praticam o bem, meu caro. Não há mais perigo agora, pode ir em paz, eu os segurarei.”
O guerreiro, com preocupação e pena em seus olhos responde:
“O que uma fada pequenina como você pode fazer contra um exército de Orcs ? Vamos embora enquanto há tempo !”
Novamente com sua voz melódica, a fada responde:
“Meu amigo, há forças no mundo que são muito velhas e muito vastas... E não estremecem nem mesmo diante de um exército de Orcs... Pode ir em paz, agora não há mais perigo”.
O chão começou a tremer, conforme o grande exercito de Orcs se aproximava, mas a fada continuou tranqüilamente: “Meu tempo está acabando, meu jovem... Tenho 3217 anos. Provavelmente quando os filhos dos filhos dos seus filhos já estiverem muito velhos eu ainda estarei por aqui, mas para os meus padrões, não resta muito tempo”.
“Dizem as lendas que quando um dos das minha raça nasce, ele traz um pouco de mana ao mundo, é da maneira inversa quando um dos meus semelhantes morre. E eu tive a graça de nascer dourado e dizem as lendas, isso, me dá o poder para ser mais forte do que qualquer outro de meus...”
Os gritos horríveis dos Orcs já podiam ser ouvidos, o chão vibrava com as passadas pesadas do exército, já era possível vê-los a poucas centenas de metros agora...
“Essa talvez seja a minha ultima chance de fazer algo de bom, de poder realmente fazer alguma diferença, já que a bondade de vocês me convenceu de que ainda há algo para ser salvo.”
Três flechas avançaram contra o grupo e magicamente algo as segurou no ar, a curta distância da fada. Depois, caíram ao chão inofensivamente.
A fada desembainhou sua espada, no total, não era maior do que um palito de dentes e virou-se contra os Orcs, estavam a um quarteirão de distância agora. Os arqueiros armaram seus arcos e dispararam mais de 300 flechas contra a fada e embora tenham sido disparadas pelos braços musculosos dos Orcs, nenhuma delas percorreu sequer metade da distância. Alguma força mágica não deixou que avançassem...

A fada disse: “Caminhem para longe agora, mas sem pressa... nenhum deles vai passar por mim e nenhum vai poder correr de volta uma vez que eu o tenha avistado.”
A fada brandiu sua graciosa espada em pleno ar e gritou para os Orcs: “Voltem de onde vieram, por aqui vocês não podem passar !”
O capitão dos Orcs, um monstro de quase 180 quilos dirigiu-se à fada, desembainhou sua espada, longa e larga, feita do aço mais duro: “Quem é você ?”
“Tenho muitos nomes: Sou Max no sul, Thor no leste, Lynard nas terras do rei e para o norte eu nunca vou...”
E com a espada em uma posição ameaçadora: “Então pequena criatura, saia da frente se não quiser morrer também !”
“Não meu caro, são vocês que vão deixar suas espadas e ir embora, enquanto ainda podem. Eu já disse que por aqui vocês não podem passar.”
O Orc aprontou sua espada e avançou contra a fada, e para espanto de todos a fada fez o mesmo. O Orc correndo com suas passadas pesadas e firmes, a fada voando graciosamente em silêncio através do ar, na altura dos olhos do Orc. As lâminas se encontraram e a magnífica espada do capitão foi despedaçada como se não fosse mais do que um simples graveto...
O capitão Orc, lançado ao chão olhava com incredulidade para a espada despedaçada...
“Quem é você ?”
A fada respondeu, mas sua voz agora era grave e triste, como a voz daqueles que já estão marcados pelo tempo: “Já lhe disse que meu nome é Lynard ! Sou o guardião das chaves e mestre das tradições da Casa dos Dourados, e senhor de todas as terras e céus desde a Floresta Velha até o Grande Rio. Esses são os meus campos e por aqui vocês não vão passar !”
“Há muito tempo atrás, quando vocês vieram com seus barcos através do mar eu já estava observando... E vi quando construíram seus primeiros acampamentos nas terras do norte e também quando transformaram esses acampamentos em fortalezas... Percebi quando sua população começou a aumentar e vocês decidiram expandir suas terras... E também vi quando caminharam através das montanhas na direção dos campos de Rodan... E inúmeras vezes vocês devem ter ouvido o bater de minhas asas nos céus da noite mas nunca conseguiram me avistar...”
Os Orcs entreolharam-se como se uma verdade incontestável houvesse sido pronunciada...
O capitão Orc grita alucinadamente: “Ataquem !!! Matem todos !!!”
A pequena fada encheu seus pulmões e soltou um grito... E o grito era longo, grave e alto, como se viesse de uma criatura de muitas toneladas... E ressoou por muitos segundos, enchendo de medo e dúvida os corações dos Orcs...
E correu pelos campos de Rodan e atravessou os rios, escalou as montanhas e invadiu as florestas mais além e chegou aos ouvidos que quem deveria...
Mas os Orcs tem corações cruéis e logo a fúria abafou todo o medo e toda a dúvida e eles viram suas espadas largas e seus braços fortes e se sentiram confiantes. Avançaram sobre os aventureiros.
A fada imediatamente olhou para o chão e murmurou alguma coisa, logo, um pequeno tremor surgiu, abrindo fendas no solo e delas levantaram 13 golens de pedra, monstros horríveis feitos exclusivamente de pedras que são mantidas juntas por magia. Grandes e fortes como gigantes, e não tem medo de espadas...
Eles se agruparam de modo a formar um circulo ao redor dos aventureiros, separando-os dos Orcs, e os aventureiros ficaram gratos por isso, embora tivessem mais medo dos golens do que dos próprios Orcs...
A fada gritou para o exército diante dela: “Afastem-se Orcs !!! Vocês não sabem com o que estão lidando !”
Mas dessa vez os Orcs não sentiram mais medo.
Então ela pronunciou algumas palavras em uma língua à muito tempo esquecida pelas mentes dos humanos e os golens imediatamente avançaram contra os Orcs esmagando espadas e crânios com suas mãos poderosas...
Mas as espadas eram muitas e os golens apenas 13, e foram caindo um a um até que todos finalmente tombaram na batalha...
Nas colinas ao longe, os olhos aguçados de Lynard podiam ver que outro exército muito maior de Orcs se aproximava, e traziam grandes máquinas de guerra com eles: Balistas e catapultas. Mas ainda estavam além do alcance dos olhos dos homens...
Lynard bateu as mãos e som ecoou pelos campos como um poderoso trovão, uma parede de energia translúcida formou-se a várias dezenas de metros de altura e com um pensamento de Lynard ela desceu e enterrou-se profunda e firmemente no solo. Era forte o suficiente para suportar as espadas e as flechas.
O grande capitão dos Orc escuta as trombetas tocadas pelo seu outro pelotão e enche-se de confiança : “Logo um outro exercito, muito maior estará aqui e seus pequenos truques de mágica não poderão ajudar em nada !”
E com essas palavras os homens viram o outro exército e perderam as esperanças de viver...
Pois ele era tão numeroso que cobria todas as colinas ao norte de Rodan e marchava em direção a eles... Traziam grandes máquinas de guerra...
A esperança de Lynard não se abalou com a visão aterradora...
De dentro das paredes mágicas eles observaram sem poder fazer nada enquanto o segundo pelotão se aproximava... E puderam ver com os corações apavorados quando 2 grandes catapultas foram carregadas com pedras de centenas de quilos. Todos podiam jurar que o fraco encantamento da fada poderia suportar espadas e flechas, mas não os poderosos golpes das catapultas.
Do leste, para os que tivessem os melhores olhos, era possível observar um grupo de 11 pequenos pássaros que voavam em direção à Rodan, como se viessem da Floresta Velha...
Lynard também observou esses pássaros e conteve imediatamente um pequeno sorriso que surgiu em seus lábios...
BUMMM ! A primeira grande pedra disparada por uma catapulta acertou a parede mágica e foi completamente despedaçada. Enquanto uma segunda catapulta estava sendo preparada, diversos grupos de Orcs improvisaram aríetes com pedaços de troncos e começaram a bater também contra a parede...
Olhando melhor para os pássaros foi possível perceber quem não eram tão pequenos, talvez fossem urubus ou gaivotas e continuavam avançando na direção de Lynard...
A segunda pedra finalmente quebrou a magia e a parede desapareceu no ar.
Lynard fechou os olhos e se concentrou, houve uma grande explosão e uma trincheira foi aberta entre os Orcs e os aventureiros e num instante incendiou-se. Formando uma barreira de fogo muito intenso... Fogo mágico !
Era possível ver agora que os pássaros não eram nada pequenos e continuavam avançando na direção de Lynard. Talvez fossem grandes águias ou condores.
Não demoraria muito até que os Orcs conseguissem aterrar um pedaço da trincheira e por ali passar... Todos estavam tensos, com as armas em punho, aguardando o momento de usá-las...
A fada faz sinal de não com a cabeça: “Eles estão muito perto... Precisamos de mais espaço...”, levantou sua pequena mão e disse “Para trás !” e uma força mágica empurrou os Orcs para longe...
Lynard gritou novamente e como da outra vez, o grito foi longo, grave e alto, mas dessa vez não espantou os Orcs...
O que os espantou foi que outros gritos semelhantes vieram em resposta. 11 gritos no total...
Quem olhasse para o céu agora poderia ver criaturas que se aproximavam voando e que não pareciam pássaros, mas se fossem, seriam os maiores pássaros que já voaram sob o sol. E embora batessem as asas lentamente, avançavam pelos ares velozes como flechas.
Lynard virou-se para o grupo e disse: “Não se assustem com o que vou fazer agora, amigos” e então voou um pouco para longe e num instante quebrou a magia de mutação que estava escondendo seu corpo verdadeiro.
Num instante, todos os que estavam próximos, humanos, elfos e orcs foram ofuscados pelo brilho dourado das escamas de Lynard, que na verdade era um imenso dragão dourado, das patas trazeiras até a cabeça eram quase 27 metros de altura. E todos se impressionaram...
Logo, mais 11 dragões dourados voaram a baixa altura sobre as cabeças dos orcs e pousam ao lado de Lynard.
E ele se dirigiu ao capitão dos Orcs: “Como já lhe disse, sou Lynard, o portador das chaves e mestre das tradições da Casa dos Dourados ! Esses 11 são os mais poderosos guardiões da mesma Casa”
Lynard deu algum tempo para que o capitão comentasse algo se desejasse, mas ele simplesmente engoliu seco.
Enquanto Lynard falava, os outros 11 dragões que eram tão altos quanto ele, mas não pareciam tão velhos, olhavam tranquilamente para os Orcs, como se o imenso exército diante deles não representasse perigo algum...
Lynard prosseguiu dizendo: “Viemos para lhes pedir que voltem para suas fortalezas no norte... Mas iremos obrigá-los se isso for necessário.”
O exército prendeu a respiração por um momento... Seus corações estavam cheios e medo, mas se o capitão mandasse atacar eles concordariam imediatamente...
Lynard concentrou-se e logo o efeito de mais uma magia se manifestou... As espadas que os Orcs traziam nas mãos tornaram-se tão quentes que nenhum deles conseguiu segura-las por muito tempo. Todos jogaram suas armas ao chão.
O capitão que ainda buscava alguma coisa que pudesse lhe dar esperanças, olhou para as catapultas que estavam armadas e prontas...
Mas Lynard imediatamente recitou mais algumas palavras e as catapultas e balistas desmontaram-se como brinquedos, transformando-se num amontoado de tábuas e cordas...
O capitão dos Orcs finalmente se entregou... Gritou para seu exercito: “Fomos derrotados Orcs ! Vamos para casa...”
E marcharam de volta para suas fortalezas no norte...

Os 11 dragões desperiram-se educadamente de cada um dos integrantes do grupo e decolaram em direção à Floresta Velha... Lynard ficou por último.
Virou-se para o grupo e disse: “Tenho a impressão que fizemos a diferença hoje... Mas isso só o tempo irá dizer... Sinto que ainda nos veremos no futuro, mas isso também cabe ao tempo nos dizer...
Vocês demonstraram muita coragem hoje, meus amigos... As historias dos dragões falarão de vocês para sempre...
Eu lhes concedo a permissão para caminhar livremente nas terras da Casa dos Dourados durante 1 ano... Antes do final desse período, vocês devem se apresentar ao grande ancião da Casa para que ele torne essa permissão vitalícia.
Nenhum mal cairá sobre vocês enquanto estiverem sob o olhar de algum Dourado.
Preciso ir agora, vou acompanhar os Orcs até o norte para garantir que não façam nada de errado no caminho de volta...”


Lynard abriu suas magníficas asas, tinham quase 40 metros de uma ponta a outra e com um pulo, lançou-se ao ar, seguindo para o norte na direção das montanhas...




Essa é a história da grande guerra dos Tempos Antigos quando os Dourados vieram da Floresta Velha e derrotam os Orcs nos campos de Rodan, e eles tiveram que voltar para suas fortalezas no norte. E o velho dragão teve a chance de fazer a diferença uma última vez.
3 meses depois os aventureiros foram até a Casa dos Dourados, que na verdade era um castelo belíssimo de proporções colossais escondido nas profundezas da Floresta Velha, onde não encontraram Lynard, mas grande ancião lhes deu a permissão vitalícia para caminhar por todas as terras dos Dragões.
E por muito tempo essa história foi contada entre os Homens, os Elfos e os Orcs, mas como todas as histórias, essa também envelheceu e foi esquecida...
Hoje ela vive apenas na memória de Lynard, o guardião das chaves e mestre das tradições da Casa dos Dourados, senhor de todas as terras e céus desde a Floresta Velha até o Grande Rio, que nunca mais foi visto depois desse dia, mas que a lenda e a esperança garantem que ainda voa a grande altura sobre o solo e lá de cima ainda vigia o mundo com seus olhos aguçados...

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui