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cronicas-->Um conto de viagens regado por muita música -- 06/05/2000 - 18:14 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Foi tocando a composição Bamboe, uma mazuca, espécie de rancheira é que iniciei na música. Recebi apoio de meu pai"

16 de novembro de 1921, Josefa Pata Seda dava a luz ao menino José Seda que brilharia no cenário de Santa Rita do Sapucaí. Ao som dos bandolins tocados pelos músicos da cidade começava a história de viagens musicais de JS. Filho de pais italianos que se conheceram no navio que os trouxeram para a América e que se casaram aqui no Brasil, José Seda é o oitavo filho do casal Giodato & Josefa.
O pai Giodato Seda era lavrador, trabalhava com a terra, morava em Campestre com a mulher, com os treze filhos que o ajudavam na plantação e na colheita. E foi em Campestre que José Seda aos 8 anos de idade se encantou com o universo da música. O pai ensinava aos filhos mais velhos a arte de tocar Mazuca, conhecida popularmente como rancheira, e JS ficava apreciando o pai ensinar aos irmãos mais velhos a tocarem canções italianas e da roça, as verdadeiras canções da terra. E de tanto olhar o pai a ensinar aos seus rebentos mais velhos, José Seda aprende a tocar numa sanfona de 8 baixos, dada de presente pelo seu pai, uma sanfoninha que só tocava dois tons: sol e dó.
José Seda vai apreendendo tirar música do pequeno acordeon com os irmãos, com o pai e de forma autodidata, enquanto conclui o curso de primário. Para ganhar um pouco de dinheiro, JS começa a trabalhar em um açougue no Mercado velho da cidade, isso por volta de 1932. Lá ele ganha 8 "miréis" por mês. Com esse dinheiro o menino J. Seda paga o professor Sebastião Rabelo, Tatão, que o ensina música. Isso ocorre pelo ano de 1933.
O professor Tatão forma uma orquestra com os seus alunos do ano de 33 a 38. JS toca arcodeon, Dito do Bueno o violino, Zé Teresa e Zé Pata o trombone, António Botelho o pistom, Zé do Cornélio, Lincon do José Grapina e Tatão tocam clarineta. Tatão, além de mestre, toca na orquestra também.

"No açougue ganhava 8 miréis porque eu sabia fazer conta, anotava as compras dos fregueses, porque meu patrão era analfabeto, assim meu trabalho era valorizado"

Em 1934 os irmãos de J. Seda, Pedro e Francisco, iniciam a Rodoviário São Cristóvão, uma pequena transportadora, que trazia para os comerciantes da cidade apetrechos que os mesmos encomendavam das lojas de São Paulo. A partir daí JS deixa o açougue onde trabalha até então para ir trabalhar com os irmãos na pequena transportadora. De início José Seda, então com 14 anos, passa a trabalhar como mecànico da empresa. É nessa época que ele começa a entender de motor, de carro, de óleo etc, mas sem deixar a música de lado, onde vai se aperfeiçoando seus conhecimentos musicais aos poucos.
O jovem Seda aprende a dirigir com o chofer da Rodoviário São Cristóvão Carli Joseph Garibaldi nas viagens que ambos faziam para entregar as encomendas nas fazendas. Um dia Garibaldi senta-se no banco do carona e diz para José Seda ir dirigindo. É a partir deste instante que ele aprende a guiar os caminhões da empresa.
No ano de 1937 JS adquire uma licença para guiar os carros da empresa para fazer viagens. Essa licença é conseguida através do escrivão Joaquim de Souza Gouvêa. Pois neste ano ele precisava fazer viagens longas com os caminhões e tinha apenas 17 anos. Então dada a confiança no jovem motorista, ele adquire uma licença e não a habilitação.
Em 1942 os irmãos de José, Pedro e Francisco, vão a São Paulo negociar a venda dos automóveis. Lá eles conseguem efetuar a venda de um caminhão e voltam para Santa Rita com o dinheiro da venda num dos bolsos do paletó de um deles que ficou pendurado na cabine do caminhão. Chegando em São José dos Campos eles abastecem o veículo e enchem um galão de 20 litros que colocam na cabine. No meio da viagem, a noite, o caminhão enguiça e eles acendem uma vela perto do pneu para tentarem consertar o caminhão. Só que a gasolina que estava no galão começa a vazar e se encontra com o fogo da vela provocando uma explosão e a destruição completa do caminhão, e, ainda, por cima queimando o dinheiro da venda do outro caminhão.
O desfecho da história de seu José Seda será dado num próximo persona. A história do Viajante que demorava até 33 dias para completar o caminho de Sta. Rita do Sapucaí a São Paulo. A recuperação da empresa, a ajuda do amigo Cezar Duarte e da irmã Antónia, as novas aventuras na música e o final dessa empolgante história estarão no próximo persona.

Texto publicado no jornal Minas do Sul no dia 22 de abril
Escrito em 19 de abril
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