No meio dos escombros
Com constelações aos ombros
Os poderosos da Terra
Brincam de fazer guerra.
Traçam planos de defesa,
Colocam mapas à mesa,
Lançam frotas,
Mudam rotas.
Mais um tiro de canhão
E lá se vai outro avião.
E o soldado na trincheira,
Já da loucura à beira,
Ouve o sibilo da bomba,
Chora o irmão que tomba.
Sente o fragor da batalha,
O cheiro de morte se espalha,
Então abandona o abrigo
E lança-se ao inimigo.
Sente o fim, que se aproxima
E, de repente, uma mina
Faz-lhe o corpo em mil pedaços:
Cabeça, tronco e braços.
Do peito o coração aborta
E junta-se à carne morta.
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