O trabalhador Ézio Colombo, há alguns meses, quando pintava o alto da parede da casa a que fora incumbido de reformar, sofreu uma queda na qual fraturou o úmero direito.
Imediatamente socorrido, ele foi levado ao hospital dos Plantadores de Cana, um dos mais renomados de Piracicaba. Lá os médicos lhe disseram serem necessários vários atos cirúrgicos para minimizar os danos.
O osso denominado úmero, do braço direito, situado logo abaixo do ombro foi fraturado em diversos pontos e, para que houvesse a recuperação da estrutura e o retorno das funções do mesmo, além das várias operações, a fixação de prótese era indispensável.
Desalentado Ézio recorreu às forças mais profundas do seu ser e assim, como que iluminado, teve uma idéia que se não desse certo, poderia estar condenado à invalidez.
Da cama do hospital, com muito custo e sofrimento, causado pelas dores horríveis ele discou um número no qual punha sua esperança toda.
Do outro lado da linha, o homem que o atendeu lembrou-se prontamente do tempo em que, ainda na adolescência freqüentavam pontos de encontro dos jovens que também amavam os Beatles e os Roling Stones.
Com a superação momentânea das dores, possibilitada pelo efeito dos analgésicos potentes, Ézio pôde contar ao seu interlocutor os maus momentos que a experiência horrível lhe proporcionou.
Para o trabalhador esperançoso a sorte estava lançada. Ele só tinha então que esperar.
Alguns dias depois, adentrou ao quarto em que ele se encontrava uma pessoa designada pela Secretária Municipal da Saúde. Ela vinha em nome da atual ocupante da pasta e tinha a missão de fazer com que todos os procedimentos médicos necessários ao pronto restabelecimento do trabalhador fossem efetuados.
Ézio foi operado, recebeu os medicamentos e hoje faz fisioterapia para recuperar os movimentos normais do membro atingido.
Quando perguntado sobre quem o teria auxiliado durante os momentos dolorosos que passou na cama do hospital, Ézio sem relutar e com emoção diz: “Foi o Barjas Negri! Devo muito a ele.”