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Cronicas-->Um conto musical regado por viagens -- 06/05/2000 - 18:18 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ao som dos instrumentos tocados por JS, lá vai ele no Chevrolet 39 a caminho de São Paulo. A estrada é de terra e se iniciava em Cachoeirinha, passando por Catadupas, Conceição dos Ouros, Paraisópolis, São Bento do Sapucaí, Sapucaí Mirim, passava ao lado de Campos do Jordão, quando descia a serra até chegar em Muquira, hoje Monteiro Lobato. Daí seguia para São José dos Campos, Jacareí, Mogi das Cruzes, Suzano, São Miguel Paulista até chegar na Penha em São Paulo. O depósito da transportadora Rodoviário São Cristóvão ficava no parque Dom Pedro II. Hoje, atualmente, fica na rua Rodolfo Miranda, no Bom Retiro.

O amigo Cezar Duarte e a irmã Antónia ajudaram a empresa não fechar

Quando os irmãos de J. Sêda, Pedro e Francisco, viram um caminhão e o dinheiro de outro serem queimados pelas labaredas que o consumiam, a empresa passa a viver momentos em que todos da família pensavam que a Rodoviário São Cristóvão iria fechar. Mas graça ao apoio do amigo Cezar Duarte e da garra da irmã Antónia, a pior crise da empresa de transporte foi contornada e recuperada para o prosseguimento desta importante empresa de Sta. Rita do Sapucaí. Que a partir de 1948 ganharam como sócios, seu José e Dodó Sêda, até então apenas empregados da firma. Hoje a empresa de apenas José Sêda tem 30 caminhões prontos a fazerem qualquer viagem por este Brasil.

"O que a gente ganhava na seca, perdíamos na água"

No período da chuva o percurso a São Paulo chegava a durar até 33 dias. Eram pontes que ficavam intransitáveis, eram barros que atolavam os caminhões etc. Para esses dias em que a viagem para São Paulo se tornava uma verdadeira via crucis, somente a música tocada por José Sêda é que fazia o tempo passar. Talvez daí o apreço deste senhor pela música. A música para adquirir paciência, calma, tranquilidade e paz nos tempos das estradas barreadas. Nas décadas de 30, 40 e 50 a transportadora fazia três viagens a São Paulo por semana, se não chovesse.
Nas músicas tiradas por uma clarineta no dia 11 de setembro de 1956 JS se casava com Elisa Vilela, que a partir daquela data se tornaria Sêda também. Junto o casal teve três filhos que os já deram seis netos.
Década de 60, o país passa por um dos períodos mais nacionalistas de sua história e atravessa um duro golpe ao ser forçado passar da democracia para uma ditadura. É nessa época que são lançados os caminhões da Fábrica Nacional de Motores (Feneme). A transportadora dos "Sêdas" adquire dois caminhões destes. Nesse período são de seis a oito viagens realizadas para São Paulo, desta vez as viagens já são feitas pela Fernão Dias, recentemente construída por JK.
A Rodoviário São Cristóvão prossegue até 1972 sendo comandada pelos quatro irmãos Sêda. Neste ano a empresa passa a se chamar Rápido Sêda e os irmãos Francisco e Dodó se retiram da sociedade, deixando José e Pedro tomarem conta da nova fase da transportadora.
Hoje, além dos depósitos de Sta. Rita do Sapucaí e São Paulo, a empresa encontra-se com depósitos em Itajubá, Pouso Alegre, Campinas, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Atualmente com 79 anos, este senhor não deixa de ir um dia sequer na sua transportadora. Mas o que deixa a alma J. Sêda tranquilo é a música. Ele no cavaquinho tocando com os amigos Zé Daliquinha (violão), Zé Moraes (pandeiro) e Paulinho (timba), são convidados para tocar em vários lugares. Além disso acontece o sarau de José Sêda todos os sábados na parte da tarde na sede da empresa. Quem quiser ouvir boa música é só ir visitá-lo num sábado destes...

Texto publicado no jornal Minas do Sul no dia 29 de abril
Escrito em 27 de abril
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