Usina de Letras
Usina de Letras
127 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50618)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140802)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Infantil-->ZILU, UMA PULGUINHA AVENTUREIRA -- 03/02/2002 - 14:24 (Edna A Leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Como o próprio título já diz, esta história é a história de uma pulga. Uma pulga chamada Zilu que era muito aventureira.
Zilu morava, ou melhor, hospedava-se em todos os visitantes que freqüentavam o Sítio Água Funda. E quando todos retornavam a São Paulo, a pulguinha vivia de cachorro em cachorro.
Não pense que Zilu não tinha família. Tinha sim...pai, mãe e irmãzinhas! Seus pais viviam convidando-a para morar com eles em um vira-lata chamado Pitoco, que por sinal era muito amado pelos donos de Água Funda. Mas Zilu, teimosa como uma porta, insistia que era independente, portanto, preferia viver ora em Fly (um pequinês rechonchudo e baixinho), ora em Túlio (um poodle gigante).
Um dia, Zilu se cansou desse marasmo todo. Queria avistar novos horizontes. Sugar sangue novo. Então, decidiu que assim que os donos do Sítio Água Funda aparecessem, ela pegaria “carona” em um deles e iria para a capital. Os pais de Zilu bem que tentaram fazer com que ela desistisse da idéia, mas qual, Zilu era mesmo teimosa como uma porta.
Foi assim que a pulguinha foi para a cidade grande...escondida na barra da calça do Sr Getúlio, já que ela não podia correr o risco de ser pega. Chegou morta de fome à cidade e assim que o dono do Sítio encostou sua caminhonete, Zilu saltitou para a calçada.
Avessa à correria da cidade grande, Zilu atravessou a rua e quase foi atropelada pela roda de um automóvel. Sã e salva do outro lado da avenida, Zilu quase nada enxergava tamanho era o movimento de pés humanos para lá e para cá. A pulguinha sentiu uma ponta de saudade do sossego do Sítio, mas não deu o braço a torcer ou seria melhor dizer patas? Bom, o que importa é que Zilu saiu saltitando sem rumo. Olhou para o alto e viu um lindo gato, todo peludo, no colo de uma madame. Num salto, a pulguinha pulou na saia da mulher e dali até o gato foi fácil! Zilu, então, sentiu-se em casa. Alimentou-se muito bem e estava prestes a tirar uma soneca quando um jato de água a atingiu em cheio. Zilu por pouco não se afogou. Segurou-se nos pêlos do gato, mas a força da água a atirou num piso clarinho. Zilu achou que estava a salvo quando percebeu um enorme ralo bem a sua frente. A pulguinha usou de toda sua agilidade para escapar e foi salva por uma esponja de banho que também estava caída no piso. De repente a esponja foi içada pela provável dona do gato e colocada próxima de uma janela. Zilu atordoada saiu saltitando pela janela e em poucos saltos estava no chão.
Ainda saltitando a pulguinha alcançou a rua. Era uma estrada muito grande. Zilu cansada parou e começou a observar muitos carros, ônibus e caminhões passando. Lembrou-se de como chegara à cidade. Pensou que talvez conseguisse voltar do mesmo modo, mas não sabia para onde ir. Sua vida começou a passar diante de seus olhinhos. Lembrou-se de sua primeira mordida num cachorrinho magricela. Lembrou-se de quando levou a primeira bronca do Sr. Pulgão por ter se hospedado em um gato da vizinhança e ficado três dias fora de casa. Sorriu ao lembrar-se de suas irmãzinhas, de como as ensinava a sugarem sangue com classe. Que saudade sentiu de Túlio e de Fly! Gotinhas de lágrimas caíram dos olhos de Zilu. Talvez nunca mais ela encontraria o Sr. Pulgão e a Dona Pulgona e muito menos seria titia. Que tristeza! Sua aventura talvez estivesse por terminar ali na beira da estrada. A cidade grande não era lugar para uma pequenina pulga como ela. Ahhh...se ela conseguisse retornar! Beijaria os pais, saltitaria com as irmãzinhas em Pitoco, Fly e Túlio! Nunca mais deixaria de ouvir os conselhos do Sr. Pulgão...
Zilu estava absorta em todos esses pensamentos quando um farol alto quase a cegou. Era um caminhão que havia parado à beira da estrada. Um caminhoneiro desceu e passou bem próximo de Zilu, quase pisando na pobre pulguinha. Zilu saltitou para trás e viu que na calça do motorista havia um casal de pulgas. Uma das pulgas saltou da vestimenta do homem e chegando até Zilu disse:
_ O que está fazendo aqui sozinha a uma hora dessas?
_ Que felicidade ver outra pulga! – exclamou Zilu saltitando de alegria. – Vim de um sítio para a cidade e não sei mais como retornar. Sou de Mirassol. – disse Zilu, agora com ar de preocupação.
_ Você está com sorte pulguinha! Meu hospedeiro irá dar uma parada em Mirassol. Mas me diga, qual é o seu nome?
_ Sou Zilu. Mas como você sabe que seu hospedeiro entrará em Mirassol? – indagou Zilu duvidando do que ouvira.
_ Ihhhh...sou pulga viajante. Conheço muito do mundão ai fora. Viajamos eu e minha amada esposa. Sabemos de todos os passos de nosso hospedeiro. A propósito, meu nome é Pulgêncio e minha esposa é Tina. Venha conosco!
Nem bem Pulgêncio terminou de convidar Zilu para viajar com ele e sua esposa, o caminhoneiro passou voltando.
_ Salte Zilu. – falou Pulgêncio saltitando novamente para a calça de seu hospedeiro.
Zilu se viu extremamente surpresa ao entrar na cabine de um caminhão. O sofá era forrado com um tecido que parecia aveludado. Os tapetes que cobriam o assoalho do veículo estavam com muito pó. Na realidade, a cabine estava precisando de uma certa limpeza. Mas também se estivesse limpinha, não seria um local propício para ela e para Pulgêncio e Tina. Zilu se sentiu muito bem ali, mas teve de se adaptar a duas regras de sobrevivência estabelecidas por Pulgêncio e Tina. Primeira regra: que não perturbasse o hospedeiro quando ele estivesse dirigindo. Segunda: que não ficasse dando bandeira no sofá do caminhão quando o hospedeiro estivesse sentado com os olhos fechados, apenas descansando.
Pulgêncio contou a Zilu inúmeras aventuras que teve viajando pelo mundo afora, mas disse que depois que conhecera Tina havia se tornado mais tranqüilo. Disse também que admirava muito os caminhoneiros, gente de sangue forte, batalhadores!
Quando o caminhoneiro entrou na cidade de Mirassol, Zilu saltitou de felicidade e pulou imediatamente na cortina do caminhão para observar melhor sua cidade natal. Seu coraçãozinho disparou ao ver os cachorros da cidade. Teve vontade de saltar ali mesmo, mas Pulgêncio e Tina disseram que era melhor Zilu esperar que o caminhão parasse. Assim que o caminhão parou, Zilu, Pulgêncio e Tina saltaram para a roupa do homem e desceram da boléia juntamente com ele. Zilu despediu-se dos novos amigos e até convidou-os para viver no Sítio Água Funda, mas os amigos disseram que não saberiam viver num lugar tão sossegado como Mirassol. A pulguinha saiu saltitando lentamente pela rua e de vez em quando se virava para olhar os amigos que ficavam cada vez mais distantes. Viu o caminhoneiro entrar no veículo e sair vagarosamente com seu caminhão carregado de bois. Zilu percebeu, então, que nunca mais veria os amigos.
Nossa pulguinha aventureira, com tristeza no coração, levantou a cabeça e começou a imaginar como voltaria para o Sítio. Olhou, olhou e avistou Tomé, um canzarrão do Sítio vizinho à Água Funda.
_ Que sorte tenho! – exclamou emocionada.
Rapidamente saltitou até Tomé e se ajeitou por entre seus pêlos. Tomé ainda passeou muito pela cidade antes de decidir voltar para casa, mas para quem havia ficado uma semana longe de casa (Isso mesmo... uma semana!), umas horinhas a mais não significavam nada.
No caminho até o Sitio, Zilu apreciava tudo. A paisagem, o chão, o céu...como aquilo tudo era lindo! Em pensar que uma semana antes, ela teimosa como uma porta, não dera valor a isso. Como era tola!
De repente, Zilu escutou um latido familiar. Saltitou até a cabeça de Tomé e olhou pasmada que se tratava de Túlio! Túlio havia vindo encontrar Tomé na porteira. Zilu saltitou apressadamente para Túlio com o coraçãozinho aos pulos. Beijou Túlio várias vezes sem que ele percebesse. Túlio acompanhou Tomé até um determinado pedaço da estrada de terra e se dirigiu bonachão até a sede do Sítio Água Funda. Entrou na cozinha e deitou sobre as patas. Em minutos, Pitoco e Fly entraram e se acomodaram perto de Túlio (era hora do almoço e a caseira estava arrumando as vasilhas dos cães). Zilu saltitou de Túlio para Pitoco e encontrou seus pais e irmãzinhas se preparando para também almoçarem. Que alegria foi o reencontro! Saltitaram, pularam, abraçaram-se! Poderia-se até dizer que tudo foi felicidade e risos, a não ser por Pitoco que naquela noite não conseguiu dormir tamanha foi a festa que as pulgas da vizinhança fizeram para comemorar a volta de Zilu.


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui