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Cronicas-->A vida sertaneja de um transportador -- 06/05/2000 - 18:22 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Introdução
O homenageado desta edição Pedro Martins dos Santos nasceu a 29 de junho de 1935. Os pais dele, Astolfo Martins dos Santos e Josefina Maria de Souza, eram moradores e sitiantes do bairro Bom Retiro de Santa Rita do Sapucaí. Lá eles plantavam café, arroz, feijão e sobretudo cana-de-açúcar, pois tinham um engenho onde se produzia rapadura.
Desde cedo o jovem Pedro Martins trabalhava na roça ajudando os pais. Como muitos demorou a aprender a ler e a escrever. Somente com 15 anos, em 1950, é que deu as primeiras rabiscadas em um caderno. A aprendizagem se deu com o tio Sebastião Dias Machado. Mas foi viajando na cabine de um caminhão, nas estradas pelo Brasil, é que "seu" Pedro aprendeu de vez a poder ler e a escrever, através do mobral transmitido no rádio pela Voz do Brasil, isso em 1970.
Mas foi na roça que o espírito aventureiro de se lançar em viagens se deu pela primeira vez. Eram nos carros de boi que o transportador Pedro viajava e trazia mantimentos para a venda de José Ribeiro (Zico)no Bom Retiro. Também nessa época a produção de rapadura do sítio dos pais eram vendidos por seu Pedro que fazia o carreto para várias vendas da cidade. Este homem pegava na enxada e não se omitia nos momentos de suor que o trabalho pesado exige.

Casamento
Pedro Martins se casou com Jandira Laurindo da Silva no ano de 1954. Ela morava em Monte Sião com os pais. Eles não se conheciam. "Seu" Pedro conhecia apenas o pai de Jandira, Benedito Laurindo da Silva. No início de 1954, P. Martins teve que ir a cidade paulista de Serra Negra por motivo de saúde e fica hospedado na casa do tio, em Monte Sião. Lá conhece a meiga & simpática senhorita Jandira.
A paixão entre os dois foi fulminante. No final deste mesmo ano, eles se casam. "Se eu namorei umas três vezes ela (olhando-a) foi muito. Foi na medida de ver, gostar e amar para casar!!!", diz. Juntos, eles tiveram 12 filhos, porém vivos hoje, são Lieso, Genésio, Agenor, Astolfo, Madalena, Marli e Erly.

Mudança
É até 1968 que Pedro trabalha na roça do Bom Retiro. Seu trabalho era na lavoura e como ele diz: "continuava carreando para os comerciantes de lá". Casado com Jandira, vive mais treze anos na roça.
Em 1967, ele passa a ter um pequeno comércio na roça. No mesmo ano, ele trocou com o seu Zizinho Andrade - O Cavaleiro da Lua - uma bagageira e um burro por um jipe. Com esse jipe fez a sua primeira longa viagem, a passeio para o Paraná onde foi visitar alguns de seus parentes que tinham mudado para lá, com o seu primeiro veículo a motor.
Em 1968 trocou o jipe por uma caminhonete. É a partir daí que ele sai do Bom Retiro e se instala na cidade. Nesse período, ele monta um açougue, faz o transporte de gados para os outros açougueiros e aluga a caminhonete para variados tipos de fretes.
Já em 1969, ele troca a caminhonete por uma combe e passa a trabalhar de taxista por dois anos, fixando ponto na praça.
Em 1970, ele compra um caminhão chevrolet 63 e inicia o transporte da carga pesada pelas rodovias brasileiras. Transportando qualquer tipo de carga ele roda o país inteiro.

Madeireira
Com o pé na estrada, "seu" P. Martins abre em 1980 a Madeireira Sertaneja, tocada por seus filhos. A partir daí, ele só faz os fretes nas idas das viagens, pois nas voltas a Santa Rita o caminhão de "seu" Pedro vinha carregado de madeiras.
Em 1983 ele adquire mais dois caminhões para trazer às madeiras a sua madeireira em Santa Rita. Hoje, ele tem 4 caminhões. Mas o seu hobby é cuidar de suas criações e confraternizar com a família nos seus dois sítios.

Composições
No último dezembro de 1999, Paulinho Procópio gravou uma letra de autoria de Pedro Martins. A letra a seguir é um resumo que "seu" Pedro fez da vida dele. Na música gravada por Paulinho, há modificações, mas a letra a seguir é a original com o título de "Exemplo de Trabalho": "Nasceu e (se) criou (na) roça/ com a companhia de seus pais/ trabalhando na lavoura e foi carreiro./ Tinha no pensamento ser caminhoneiro./ Naquela luta nunca parou,/ até que um dia a bagageira e o burro/ num jipe trocou./ Mudou para a cidade logo/ e profissional se transformou/ comprou um caminhão./ No transporte começou./ Com muita garra e fé/ O Brasil inteiro viajou./ Por ser pai de uma grande família/ nos filhos pensou./ Abriu comércio de madeira/ Emprego para a família inteira arrumou./ A família uniu com amor e dedicação/ foi trabalhando sério que Deus pós na mão./ Sertaneja é origem do sertão./ Exemplo de trabalho conhecida/ em toda região./ A união faz a força/ ditado verdadeiro,/ fica em Santa Rita do Sapucaí/ no cantinho do chão mineiro.".
"Seu" Pedro também já fez outras duas letras, "Exemplo de uma família que trabalha unida" e "Recordar o tempo de carreiro" que os filhos do Benedito Fernandes, Chiquito & Fernandes irão gravar nos próximos meses. (...) Bem essa foi a vida do "seu" Pedro Martins dos Santos.

Texto publicado no jornal Minas do Sul no dia 6 de maio de 2000
Escrito em 4 de maio
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