A ninguém mais interessa o silêncio dos inocentes e a conivência dos semelhantes do que aos ladrões empedernidos nos ubres do poder.
Nenhum prefeito, da Piracicaba aniversariante, passou por momentos tão constrangedores do que o professor Barjas Negri do PSDB.
Nesses 240 anos a cidade teve inúmeros líderes políticos; nenhum deles, porém foi apontado, por acusados de golpes contra o poder público, como partícipe nas maracutaias vergonhosas.
Onde há fumaça há fogo. O processo em trâmite na polícia federal de Cuiabá que tenta nominar os autores das façanhas espoliativas, conhecida mundialmente como o escândalo das sanguessugas, pode até omitir muita verdade. Mas a certeza de que os safadistas locupletaram-se com o dinheiro alheio é objeto da fala de Luiz Antônio Vedoin e Darcy Vedoin, proprietários da Planan, a empresa utilizada para subtração do bem comum.
Piracicaba, a aniversariante, não deixa de abrigar um prefeito suspeito de crimes gravíssimos.
Aos semelhantes é doloroso que se toque no assunto; desejam que tais fatos sejam esquecidos e lembradas só as obras surgidas da angústia do crime.
É certo que análogo aos vírus instalados nos computadores que lentamente apagam os arquivos, os corruptos no poder, fazem sumir os frutos da contribuição coletiva.
Mas não deixa de ser certo também que as sentenças emergentes nos processos instaurados contra ocupantes de cargos públicos têm punido exemplarmente os furtadores negligentes.
O que se espera, o que todos os envolvidos nessa quizumba toda esperam, é o surgimento da mais lídima justiça.