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Artigos-->Sobre a educação e a geração de marginalizados -- 13/09/2007 - 17:17 (Alan Rodrigo Marinho Gualberto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O ofício de professor é muito importante para a sociedade atual, assim como foi no passado. Através desta mão-de-obra, a sociedade consegue transmitir aos seus herdeiros os conhecimentos básicos para sua manutenção e evolução. A organização da sociedade atual exige que seus membros tenham um nível mínimo de instrução formal e aqueles que não o possuem, pouco a pouco ficam à margem da próspera sociedade de valores estimados a partir do lucro pecuniário.

Uma possível inversão na condição desses marginalizados seria permitir a eles acesso à educação, mas quando me refiro ao acesso enfatizo a importância da qualidade do ensino. Falando em qualidade, não posso deixar de referir que a estrutura escolar brasileira está estática e reluta em mudar essa condição. Há mais de sessenta anos as aulas em nossas escolas são divididas em tempos iguais de cinqüenta minutos e isso parece não mutável.

Se a nossa sociedade é regulamentada por instituições, e se a escola é uma delas, como pode as instituições mudarem, para acompanhar a nova estrutura social, e a escola continuar como uma das poucas instituições a não evoluir? As poucas propostas de renovação que ouvimos baseiam-se em moldes estrangeiros totalmente alheios a nossa realidade. A promoção automática, permitida por meio da educação continuada, é uma dessas propostas que, nesse caso, chegou a ser aplicada mas não surtiu efeito positivo algum para melhorar o desempenho acadêmico dos nossos jovens estudantes, não conseguiu atingir o seu objetivo teórico (somente no Brasil este modelo é fiel à teoria).

Não tenho escutado, como cidadão e professor, as opiniões de educadores brasileiros sobre as fatigantes aulas de cinqüenta minutos ou sobre a dificuldade de manter um período escolar semelhante em todo o país (na Amazônia, por exemplo, os rios secam em determinado período do ano, o que dificulta a navegação e o acesso às escolas). Talvez eu não tenha encontrado ou, como professor, não tenha tido acesso aos periódicos da área! Estudos há, porém sobre temas estrangeiros que insistem em querer aplicar ao nosso sistema educacional.

O modelo educacional vigente inviabiliza inserir os marginalizados. Com esse modelo escolar falido e voltado para a obtenção de lucro (uma escola ou faculdade particular é altamente rentável), os jovens não se interessam em aprender e, assim, mantêm latente um sentimento corrente na sociedade já antes de seus nascimentos, e que aos poucos, através da publicidade mercadológica, acopla-se a suas personalidades. Tal sentimento advém de um comportamento adquirido e que tem como valor central a riqueza, a fama e o desejo de ser reconhecido. Contudo, as propagandas não explicam que, para conseguir isso, é necessário muito empenho e dedicação ao trabalho e estudo.

Uma hipótese para modificar o padrão vigente e, com isso, melhorar fatores sociais e diminuir a violência, seria oferecer uma educação gratuita, laica e de qualidade, como sugeriam o educadores na década de trinta. É notório que mudanças sejam implementadas, mas que não sejam baseadas em modelos estrangeiros como foi a educação continuada. Afinal, quando a tal educação continuada foi incorporada ao nosso modelo educacional, com o intuito de melhorar a educação, os marginalizados que arrastaram o garoto João Hélio (no Rio de Janeiro) estavam iniciando o ensino fundamental. Pergunto: Esses rapazes aprenderam cidadania na escola? Será que o que aconteceu foi um evento aleatório com baixa probabilidade de voltar a ocorrer? Ou foi reflexo de um problema social mais amplo, sendo o ensino escolar parte responsável?

Não termino este artigo com um desfecho formal, mas com essas indagações e um pedido para que reflitam sobre como inserir e não mais excluir nossos jovens. Oxalá que num futuro próximo possamos ter outros desfechos para novos artigos. Aos professores, força sempre!

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