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Contos-->PERCURSO NOSSO DE CADA DIA -- 05/06/2002 - 12:13 (Eliane Galvao de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



PERCURSO NOSSO DE CADA DIA


Imaginem um espaço de mais ou menos 3x8m.
Neste espaço, pode ser observado como o povo brasileiro é unido; como se ama e faz das mais diversas situações, motivo para demonstrar sua solidariedade para com seu próximo, sua aversão, e até seu respeito por ele.
Chega prá lá!
Ai, meu pé!
Veja! Tome cuidado!
Você é cega?
São estas algumas das poucas expressões , que podem ser ouvidas , dentro de um coletivo lotado num horário de pique, no dia a dia do povo brasileiro.
Pode existir maior expressão de amor? Onde, todos estão juntinhos naquele ambiente quentinho e aconchegante, de um belo dia de verão? E, os baixinhos têm seu lugar reservado debaixo da sovaqueira dos grandões? Os de estatura media? Há! Pois bem! Estes podem deliciar-se com o hálito e a respiração de seu próximo, que aqui, nunca esteve tão próximo. Quanto aos grandões, estes são previlegiados pelo prazer que a visão panorâmica dos mais diversos tipos de cabeça lhe proporciona. Onde temos: a careca, a rasta, aquela branquinha de caspa, e ainda aquela habitada por aqueles parasitas que adoram hospedar-se numa cabeça limpa e cheirosa.
Sendo esta a cena representada pelos que estão em pé, de prontidão, como verdadeiros servidores da Nação; vamos agora aos que confortavelmente estão sentados, depois de receberem alguns empurrões, algumas cotoveladas e alguns amáveis xingamentos , para conseguirem aquele lugar.
Não pensem que estes não sejam solidários e amantes de seu próximo, claro que são. Pois estão geralmente bem juntinhos à janela, bem coladinhos ao seu companheiro que está sentado do lado
do corredor, que por sua vez, cada minuto que passa, sofre mais a pressão exercida pelos que se encarregam de lotá-lo.
E o motorista? Não preocupem-se. Pois este além de conduzir toda esta massa, também tem alguns que jogam-se por cima dele; que o xingam e que o encentiva a dar aquelas quedinhas de asa que costumam animar o percurso.
Quanto ao cobrador, este até que não pode reclamar da sorte, pois fica sentado sózinho, recebendo dinheiro, e dialogando “educadamente” com os que encontram-se ao seu redor à espera de seu trôco. Ainda com o previlégio de ser paquerado por aquelas “gatinhas” que estão afim de arranjar-se. Além do mais, o que resta-lhe, é ficar atento para quando o assaltante chegar, não pegá-lo de surpresa.
Neste confortável ambiente, que se faz necessário diariamente na vida da maioria dos trabalhadores brasileiros, você encontra todos os tipos de personagens; da secretária, que bota seu uniforme limpinho ao vendedor de picolé, que aproveita para ir faturando algum trocado.
E, se o percurso for na ida, ainda podemos contar com a turminha do fundo, que fica tentando convencer o colega a abrir a marmita para começarem a degustar o rango do meio dia, que geralmente é bem farto: dois bifes dos “ôião” com o feijão que sobrou de ontem.
É, mas infelizmente, nem sempre é confortável e divertido assim. De repente o ônibus pode quebrar, e esta pequena lotação tem que passar para o outro que vem atrás, mais ou menos do mesmo jeito.
Eis aí, a demonstração plena da solidariedade humana, da união e do amor ao próximo, que a cada dia , prova que “Povo unido, jamais será vencido’’.


Eliane Galvão de Souza
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