Os editoriais dos jornais contribuem em muito para refletirmos sobre temas transcendentais, como por exemplo, a origem do homem, seu destino. Refiro-me especificamente a um editorial que li sob o título: "PARADOXO DA HUMANIDADE".
É indubitável que o homem com sua brilhante inteligência vasculha o cosmos e intimamente desconhece as causas de suas tristezas.
Vale aqui recordar o que afirmou o humanista González Pecotche em seu livro "Biognose": "O investigador mede a trajetória dos astros e desconhece a de sua própria vida; segue as modificações do átomo e descuida as de seu pensamento; estuda e analisa tudo, menos o que diz respeito ao próprio conhecimento da mente, que é a que lhe permite discernir e pensar, enquanto se capacita para conhecer a origem e evolução de seu próprio pensamento; lê e comenta mil biografias e treme pensando como terminará a sua; descreve maravilhas sobre a organização das formigas e das abelhas, e quando é instado à organização de seus valores pessoais, vacila ante cem conselhos antagônicos."
Nesse final de século evidencia-se com mais eloquência o desequilíbrio entre os avanços da ciência, as misérias materiais e especialmente a ignorância do ser frente a si mesmo. E diante disso, necessário se torna cada vez mais questionarmos: "de onde viemos, para onde vamos e quem somos?"