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Contos-->Violin Romance -- 07/06/2002 - 18:38 (Marcela Garcia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era em Viena, terra de Mozart. A cidade da perdição, com as orgias e embriaguez de homens e mulheres tomados pela lúxuria de um momento de prazer. Era assim que ela vivia. Elizabeth. O nome de uma soberana. Levava uma vida de tormentos tão, ou maiores, do que a rainha que lhe deu o nome. Presa numa teia de intrigas, não, não podia fugir, morreria atormentada, presa por convenções.
Uma noite, após o agora estranho ao seu lado ter adormecido, ela levantou-se, a noite estava bela, a lua cheia era um presente para os amantes. Ela saiu a vagar pelas ruelas da cidade, pensando na vida que não pôde ter, na sua vida atual, onde os poucos momentos de liberdade eram no frio e mistério da noite. De noite ela era a prostituta sem nome, levando o gozo de homens bêbados e desgraçados, ou quem sabe era um homem, bebendo numa taverna, contando e ouvindo histórias infames junto com os camponeses. Em momentos assim ela era livre, só que sabia que um dia isso acabaria, ela teria que acabar com isso antes que alguém, eventualmente, descobrisse. Não podia desgraçar sua família e nem ela mesmo, não tinha outro lugar para ir. Um dia isso teria que acabar. Viu risos vindo de uma taverna, não, hoje ela não seria quem não é, seria uma alma solitária, perambulando pelos becos escuros de Viena.
No momento em que a lua foi encoberta pelas nuvens, Elizabeth ouviu a mais bela melodia que seus ouvidos já ouviram. Reconheceu o som de um violino. Bach ou Vivaldi? Quem sabe Beethoven? Não, não reconhecia o autor de tão bela música. Algo novo, quem sabe. Quando viu estava seguindo o som que a maravilhava, indo e vindo por ruas estreitas. Até encontrar a alma dona do violino. Ele estava numa sacada, estava escuro, seu rosto não podia ser visto. Ela parou, hipnotizada pela música. Ele a viu, seus dedos pararam de tocar o instrumento. Ele sabia quem era ela, era a pessoa por quem ele esperou tantos anos. O amor apareceu em sua sacada, tinha forma branca, uma estátua pálida chorando lágrimas de sangue. E ele desceu, com o violino ainda na mão, pregou-lhe mil beijos nos lábios rosados e tomou-lhe logo ali, no beco. Não importava nomes. Os dois desgraçados entregaram-se ao momento, onde o amor era puro e tinha urgência. A lua reapareceu, para abençoar o amor deles, ou não. A lua fez brilhar a aliança que ela tinha nos dedos, a pedra era safira, da cor de seus olhos. A aliança...o único elo que não os manteria juntos para sempre. Tomado por ira ele arrancou uma corda de seu instrumento e envolveu o pescoço dela, ainda juntos no ato de paixão ele apertou o pequeno mas mortal fio contra sua amada, o sangue jorrou enquanto o gozo foi fervoroso. Ele ajoelhou-se ao lado dela, enquanto via a expressão que deveria ser de horror, ser na verdade de paz. O esforço que ela fez pra falar, fê-lo abaixar-se com o ouvido próximo a sua boca
- Seu nome – disse ela com um sussurro
- Tuomas
E ela fechou os olhos para a morte e abraçou a eternidade, enquanto ele segurou seu inerte corpo contra o seu, inundando suas vestes de sangue. Se ele não podia tê-la, ninguém mais teria.
Ficou assim até o Sol começar a surgir no horizonte. Ouviu gritos, a multidão o cercava
- Está aqui! O assassino e a vítima estão aqui!
Abriu os olhos para encontrar com o de um homem já velho, tomado pelo ódio.
- Você matou minha esposa, seu pobre desgraçado... – disse o velho
- O nome dela – ele disse sem se importar com as palavras do marido
- ...e agora você irá arder no inferno – continuou, enquanto sacava a pistola
E o velho atirou, direto no coração amargurado do jovem...
- Você a matou...você matou Elizabeth
- Elizabeth – sussurrou Tuomas, indo ao encontro de sua amada com um sorriso nos lábios – Elizabeth...

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Marcela Garcia
07/06/2002 – 15:47


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