Outro dia um colega me disse que quando estava à borda de sua piscina de águas turvas, aguardando o pessoal chegar para mais um churrasco de “costelão”, não pôde deixar de pensar na situação do Corinthians.
Ele preparava uma caipirinha e a idéia do rebaixamento do time era irrefreável. Só pôde suportar e esquecer a hipótese depois de muitas doses.
Foi então que começaram a chegar todos os demais torcedores. O primeiro que entrou disse com ironia: ”O Corinthians parece um bloco de gelo no asfalto quente. Ninguém segura o derretimento”.
O segundo que vinha com a esposa, afirmou: “Não sobrou nada do ‘coringão’, nem macumba salva o nosso time”.
Então meu amigo que já tomara todas as com limão, num brado desesperado informou: “O Corinthians é igual ao Fênix: ressurge das cinzas”.
Apesar da voz pastosa por causa da embriaguez, ele conseguiu fazer-se entender sem, no entanto, deixar de provocar também o mal estar por não anular o ímpeto que o levava aos emborcamentos freqüentes.
Parece que o assunto “Corinthians” era motivo de discórdia, de afastamento, desunião e mau humor. Nem mesmo um CD da dupla sertaneja com maior evidência no momento conseguiu afastar o clima ruim provocado por aquele tema.
Soube depois, por um outro vizinho, que meu amigo, antes chegado num teclado, na música sertaneja, desmaiara durante um porre fenomenal e, que aquele seu coma alcoólico só foi sanado no hospital para onde foi levado de ambulância.
Sei também que por ser ele um dos maiores amantes do Corinthians, para que o time saia da zona do rebaixamento e seja campeão no ano que vem, ele se deixaria internar numa clínica psiquiátrica.