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Artigos-->SE TOQUE! ... -- 02/10/2007 - 19:26 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








SE TOQUE, A HANSENÍASE TEM CURA!









Já no terceiro milênio a endemia hansênica ainda apresenta-se limiar como um problema global de saúde pública. Ainda temos registrado cerca de 220 mil doentes de hanseníase em todo o mundo distribuídos pela África, Ásia, América do Sul e Pacífico.



A Organização Mundial da Saúde estima que atualmente a doença acometa cerca de 1 milhão de pessoas e que 2 a 3 milhões estejam permanentemente incapacitadas pela doença, apesar da prevalência global ter sido reduzida em 90% desde 1985.



O marco histórico dessa estratégia foi a resolução da 44ª Assembléia Mundial (1991) que definiu a Eliminação da Hanseníase como sendo a existência de menos de 1 caso para 10.000 habitantes. Essa meta programática deveria ter sido alcançada pelos países endêmicos até 2000. Em 1985 eram 122 países considerados endêmicos. Hoje restam cinco países com índices maiores de 1 doente por 10.000hab que representam 24% do total de casos registrados. O Brasil é o 4º maior índice, com metade do número de casos.



Nas duas últimas décadas observamos uma queda drástica da prevalência da hanseníase graças à implementação da poliquimioterapia (PQT/OMS) de curta duração [1] em larga escala fazendo com que a prevalência global se aproximasse da meta. Desde a introdução da poliquimioterapia (PQT/OMS) a prevalência global caiu em 90%. Cerca de 14 milhões de pacientes foram curados e 4 milhões de pessoas tiveram incapacidades físicas evitadas.



Em 2000, o Micobacterium leprae teve seu genoma completamente seqüenciado o que abriu novas perspectivas que permitirão abordarmos questões tais como a descoberta de novas drogas, melhores ferramentas diagnósticas e vacinas. Mas ao fazermos essa avaliação devemos lembrar como chegamos até esse ponto.



Não podemos esquecer que até recentemente a hanseníase não tinha tratamento específico. O isolamento compulsório foi a recomendação para o controle da doença até o início da década de 60, tendo sido oficialmente abolida em 1962. Tal prática ainda prevaleceu por mais alguns anos fazendo com que o estigma e o preconceito social permanecessem no imaginário da população.



Ao mesmo tempo a descoberta das Sulfonas, na década de 40, trouxe a possibilidade do tratamento específico em regime ambulatorial.



A Clofazimina descoberta na década de 60 veio então corroborar a recomendação do tratamento ambulatorial da hanseníase.

Na década de 70 surge a Rifampicina que com seu poder bactericida traz afinal o conceito de CURA para a hanseníase, apesar da duração de tratamento adotada ser bastante longa (5 anos).



Em 1986 é introduzida no Brasil a multidroga terapia (MDT), instrumento fundamental no controle e eliminação da hanseníase.



Tal esquema surgiu como resposta ao aparecimento da resistência à Dapsona e para encurtar a duração de tratamento. O esquema incorporava drogas bactericidas e bacteriostáticos (Dapsona, Rifampicina e Clofazimina) sendo considerado efetivo, seguro além de permitir uma duração de tratamento menor (2 anos).



Este esquema foi então implantado nos países endêmicos tendo em vista sua operacionalidade e custo financeiro.



Entretanto apesar da enorme redução da prevalência tal estratégia de controle não mostrou redução da transmissão do agente que pode ser avaliada através da descoberta de casos novos.



No Brasil a descoberta de casos novos vem mantendo-se estável na última década.



Ainda nessa trajetória devemos assinalar o compromisso de um verdadeiro exército de profissionais que permitiram reduzir em muito o contingente de pessoas em tratamento no país, através do grande número de curas alcançadas.



A organização dos serviços de saúde, o aumento da sua cobertura, a capacitação de recursos humanos e a organização do sistema de informação também foram fundamentais nesta luta.



No início de 2005 o Brasil assumiu os critérios de avaliação da endemia iguais aos adotados por todos os outros países, fato que determinou que a prevalência nacional caísse de 4,2 para 1,61 para 10.000 habitantes.



Por conseguinte, ainda em 2005, o Estado de São Paulo rompeu a barreira da eliminação a partir desse novo critério, atingindo a marca de 0,44 doentes para 10.000 habitantes.



Após 16 anos de implantação da multidroga terapia (MDT) no Estado observamos que somente à partir de 2001 o Estado de São Paulo assinalou queda no número de casos novos.



Ainda temos, no Estado de São Paulo, cerca de 4% casos novos em menores de quinze anos, mostrando a força de transmissão recente e tendência.



Os casos novos já apresentam incapacidades físicas moderadas e graves no momento do diagnóstico em cerca de 9% dos casos. O que mostra que o momento do diagnóstico ainda é tardio.



Sabemos que o controle da hanseníase é baseado no diagnostico precoce dos casos, tratamento oportuno e cura. Isto para reduzirmos as fontes de infecção e evitar incapacidades pela doença.

Por essa razão é necessário uma rede de serviços que permita o acesso de toda a população. Esta rede deve estar capacitada para poder suspeitar, diagnosticar precocemente, tratar adequadamente, prevenir e tratar as incapacidades físicas, impedindo a marginalização social dos doentes e seus familiares.



É oportuna a incorporação da hanseníase como um dos focos da Atenção Básica ao lado de outros agravos como a tuberculose, o diabetes a hipertensão.



É necessário o suprimento adequado de medicamentos, de insumos outros para que a resposta dos serviços de saúde à população possa ser satisfatória.



A informação da população sobre os sinais e sintomas da doença torna-se importante para que ela recorra ao serviço de saúde o mais precocemente possível.



É também importante informá-la que uma vez iniciado o tratamento o doente deixa de ser contagiante desde a primeira dose do esquema, o que contribui para a diminuição do estigma e preconceito.



Faz-se necessário, também, uma estrita vigilância dos familiares dos doentes para que possamos diagnosticar o mais precocemente possível outros casos, além de vacinar com BCG-ID os familiares indenes, impedindo o desenvolvimento de casos na forma contagiante.



Quando detectamos crianças doentes a vigilância dos familiares deve ser imediata, pois sabemos que ela certamente adquiriu a doença dentro de casa pelo contato com um adulto doente sem tratamento.



Faz-se necessário o esforço conjugado de todos os níveis das instituições governamentais (federal, estadual e municipal), bem como o envolvimento de toda a sociedade civil na luta contra esta enfermidade.



Em 2006, o Estado de São Paulo registra 3196 casos com um coeficiente de prevalência de 0,78 por 10.000 hab.



Mesmo assim a atenção e o esforço não devem diminuir. O Estado ainda apresenta áreas onde os níveis endêmicos são considerados alto ao lado de áreas onde o silêncio epidemiológico já existe há alguns anos.



O apoio de organizações não governamentais (como a Fundação Paulista contra a Hanseníase e Dahw) deve ser citado pela parceria importante que representam junto ao Programa Estadual de Controle da Hanseníase e da Divisão de Vigilância Epidemiológica em Hanseníase do CVE.



O período de 22 a 31 de outubro de 2006 deve ser uma oportunidade para refletirmos sobre nossas práticas e buscarmos estratégias e intervenções específicas para cada nível de complexidade evidenciados nos níveis sub-estaduais.



Este será o período da Campanha Estadual de Combate à Hanseníase. Todos os serviços de saúde, que realizam as ações de controle em todo o Estado estão aptos à suspeitar e encaminhar adequadamente, diagnosticar e iniciar o tratamento específico para todos aqueles que procurarem as unidades, com queixa de manchas na pele com alteração de sensibilidade.



A Coordenação do Programa de Controle da Hanseníase do Estado de São Paulo/CVE recomenda que todos os Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVEs) integrem-se com as Secretarias Municipais de Saúde, com as equipes de nível local e com os movimentos organizados da sociedade civil divulgando os sinais e sintomas desta doença junto à população em geral, bem como identificando e resolvendo as dificuldades que impedem a oferta de serviços de melhor qualidade.



Solicitamos o costumeiro empenho de todos os GVEs para a divulgação desta nota aos meios de comunicação locais (televisão, rádio, jornais, serviços de alto-falantes, etc.).





A Coordenação do PCH-DVEH/CVE

Outubro de 2007





fonte:http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hans/hans07_camp.htm





postado por Heleida







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