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Cartas-->Aprendendo a não ler (Sobre autores como Mila Kette) -- 22/07/2002 - 15:31 (Ayra on) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aprendendo a não ler

Desde os primórdios de nossa formação escolar, no Brasil uma raridade, aprendemos que a leitura é algo importantíssimo para a formação do indivíduo. Ouvimos nossas professoras de português, filosofia, sociologia, alguns professores de matemática e biologia de forma envergonhada, amigos, familiares, falar sobre a importância de ter uma leitura, mesmo que apenas para entretenimentos. A modernidade cada vez mais perde espaço para o pós-moderno impondo-nos a escolha mortal: integrados ou apocalípticos.

Num primeiro momento, como o advento da internete, vimos uma nova explosão de informação e possibilidades para o acesso e manuseio desta para a produção de novas informações. Seja por meio de e-meios, sites ou chates a informação e a troca de informação tem sido grande atrativo para os “internaltas” de plantão.

Em período muito curto a internet brasileira teve crescimentos extraordinários tanto em acessos quanto em sites e tráfegos de emeios, “daunloads” etc. Um crescimento também de notada importância são as aberturas de sítios que tratam de assuntos específicos, como os de grupos articulados, partidos, instituições e associações.

Com relativa importância, já que tornou-se comum a este ambiente virtual, os sítios que tratam de assuntos específicos tem, diferente de algumas formas utilizadas no passado (entenda essa passado como o de poucos anos atrás), primam por uma maior interatividade de seus usuários/associados e por uma abertura que ora diminui a exclusão ora aumenta a determinadas formas de expurgo. Mas a questão é, a internete resolveu alguns problemas:

- Acessibilidade da informação;
- Redução do tempo de tarefas;
- Maior diversidade de “pontos-de-vista”, já que basta apenas ter um computador e acesso a internete*;

Porém cria outros, como:

- Redução da autoridade dos documentos (lembrando que o Brasil está legalmente defasado em relação aos direitos autorais e outros assuntos como assinatura virtual, segurança etc);
- Redução do “tempo formal de leitura”;
- Dificuldade de encontrar determinadas informações;
- Má fé.

Quando afirmo que a Internete reduz o nível de responsabilidade, desta forma reduzindo também a confiabilidade, aponto para os eventos quem vêem acontecendo neste meio. O uso indevido de nomes, entidades, e outras formas de responsabilizar um indivíduo ou classe é freqüente. Quem nunca ouviu falar do exemplo de uma carta escrita por Ziraldo que o mesmo afirmou que “gostaria muito de tê-la escrito, mas infelizmente não fui eu quem a escrevi”. Mesmo aqui mesmo no usina somos constantemente atacados por tal delinqüência e falta de ética na profissão de escritor. Exemplo disso pode ser acompanhado nos textos “Eu –Homofóbica, Agressiva, Anti-ética, Preconceituosa...” de autoria de KETTE (2002) e “Carta a MILLA KETTE” de FORTUNA (2002) ambos disponíveis nesta Usina de Letras. O uso de má fé e desrespeito aos direitos individuais passou a ser visto como arma e/ou direitos “exclusivos” de quem não tem escrúpulos para fazê-lo.

Sendo copiando emaios ou destruindo sites que isso, sendo utilizando falsamente a identidade de outros a internete segue seu rumo, via poço sem fundos. O que poderia ser utilizado para a educação global ou mesmo interligar as inteligências, dados e informações numa sabedoria mais real que virtual é utilizado; não por poucos, mas por muitos, de maneira viciosa. O que têm-se é a ante-educação, o aumento da segregação racial, de sexo, de ideologia, o crescimento do individualismo e o regresso.

Lê-mos pouco, e leremos cada vez menos. Muito mais nos atrai o mini-texto que o artigo embasado. A informação perde lugar para o dado como se o homem buscasse, cada vez mais, o úmido e frio interior da caverna.

O que fazer? Se esconder de tudo e de todos? Não mais se comunicar? Dizer “internete não, eu parei com isso”? Creio que não é por aí, ou se é ainda não consegui perceber por onde será. O que vejo é uma necessidade de “aprender a não ler”. Nada muito complicado para nós que, constantemente barramos com textos como “Quem descobriu o Brasil?” de BORGES ou qualquer visão decrescente de autores como KETTE.

Dedicado a Lúcio Jr. e José Pedro, que apesar da diferença sempre foram íntegros em seus ideais.
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