Meu caro amigo Airam
Que muito me procurou
Andou do eixo à asa norte
E nunca que me encontrou
Percorreu todo o avião
Nos eixos e asas em vão
Mas só vai onde eu não tou.
E mudando desse assunto
Vai um conselho de irmão
Pegue o terno de madeira
E faça uma boa doação
Dê pra quem desencarnou
E precisa desse favor
Pro seu descanso no chão.
Cê não precisa de caixão
Não dê pra justa o motivo
Quem usa caixão é vampiro
Seja um cara bom e vivo
Viva, e nunca tenha pressa
Faça logo uma remessa
Se livre desse passivo.
Voltando para Brasília
Nessa cidade onde moro
Com o Airam me procurando
Foi no congresso e no foro
Na torre num restaurante
Na casa da minha amante
Quando falo nisso eu coro.
Foi ver se tava na rampa
Pra ver o Lula subir
Mas não conseguiu ver
Nem eu ou presidente ali
Se mandou pra esplanada
No lugar não viu foi nada
Já pensava em desistir.
Quando foi pra minha casa
Foi só perder a viagem
Na minha casa nunca estou
Ir pra lá foi bobagem
Eu sempre estou na rua
É a verdade nua e crua
Não fiz de sacanagem.
Estarei te esperando
Nesse local combinado
Vou passar na catedral
Para fazer um rezado
Vou pedir a são Damião
E botar fé Nessa oração
Preu poder ser encontrado.