DOIS AMIGOS
à Pedro e Oswaldo
um sabia o pouco da alma,
porque muito nunca há de se saber.;
o outro, sabia ser,
em efêmeros gestos,importunante atenção.
este ouviu o cotidiano, espasmos do dia,
alegrias no quando sem valor,
aquele, companheiro contemplativo,
plantando perfumes na noite,
quando não a companhia, mas a companheira
insiste na ausência.
amá-los hei sempre, ainda que os perca,
pois completam minha solidão como sombras,
juntos e fora de mim,
oxigênio que hora sai hora entra,
diferentes e constantes como o tempo.
a casa há de ficar, e mesmo após ruírem
suas paredes, ouvirei o ruído destes momentos,
plácidos e intensos,
onde a amizade havia em dois,
mas o amor era único.
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