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Cronicas-->Batatas Roubadas -- 16/03/2002 - 17:41 (Elaine Lima da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Batatas ...
Verdura de forma oval, cor ligeiramente amarelada. Batatas cozidas, fatiadas, com molho ou assadas. Batatas, simplesmente batatas. Batatas fritas !!! que causam gula e atos imprescindíveis.

Estávamos naquela segunda-feira de carnaval em Laguna. Calor, porém, um dia ventoso com uma chuva fina, que molhava aos poucos.
O que tornava intrigante, era a coincidência entre as duas amigas que estavam comigo: Larissa e
Luciane. Ambas com o mesmo número de letras no nome e começando com a letra "L". Mesmo signo e perfume; morenas e mesma altura.

Os pingos da chuva, forçavam que elas (as duas citadas), trajassem do mesmo casaco com capuz, de cor preta.

Já tomadas pelo álcool, estávamos andando sem destino, quando no meio da multidão que dançavam e cantavam, surge ao lado do trio elétrico, uma barraca exposta com uma porção delas: as batatas. Apetitosas, sequinhas e certamente crocantes.

O possuidor de tal delícia, esperava ansioso pelos transeuntes que iam e viam bêbados, inertes de seus atos, para que, quem sabe algum deles resolvesse parar e tirar do bolso um trocado qualquer para comprar um "saquinho de batatas fritas". Coitado do dono da barraca, provavelmente não era por diversão, nem por vontade própria que estaria ali. O exercício de sua profissão, o impedia de seguir os arruaceiros, e além do mais, o dinheiro que era colocado fora em bebidas pela maioria, faltava-lhe em suas necessidades básicas com a família. De qualquer forma, ele estava ali, diante do que já foi dito, das batatas.

Ora, quando se vai para o carnaval, pensa-se em tudo: na casa, no pessoal que vai dividir o aluguel e na cerveja ... sem espaço para a comida, talvez algumas frutas ou macarrão instantàneo. Quase sempre, só há tempo para a folia e um curto sono para não desmaiar. Mas, de vez em quando é bom lembrar que o estómago é nosso companheiro de viagem e por unanimidade, deve entrar na festa.

Cá para nós, quase doze horas sem comer, possuídas de cerveja e caipirinha, seria inevitável passar despercebidas pela barraca ao lado do trio elétrico. Só que sempre há um problema: o dinheiro. Lembro que estava no meu bolso quando saímos, passou para a carteira da Luciane e foi parar na mão da Larissa, que trocou por algumas doses ... restou apenas o bolso e a necessidade de ingerir alguma coisa comestível.

Foi aí, que os vinte anos de estudos, boas maneiras e sessões com a psicóloga, vieram abaixo.
Larissa não pensou duas vezes e, ao se aproximar das batatas, avançou sobre elas numa gula incontrolável e afastou-se com um punhado. Luciane que a seguia, foi bruscamente interrompida por um puxão em seu capuz, que o dono da barraca deu, pensando ser a Larissa. A Lu pagou o mico e ainda não aperitivou as batatas roubadas. Eu que vinha logo atrás, só restou-me assistir a cena e descrevê-la aqui.


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