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Poesias-->Canto Obsceno -- 06/08/2002 - 17:28 (Carlos Alberto Moraes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Canto Obsceno





Pássaros mutilados fizeram seus ninhos cinzas em árvores florescentes, no útero da noite ouve-se um uivo adstringente, um lamento humano do ogro expulso de

seu jardim por rosas carnívoras, que devoraram com voracidade pélvica toda cor laranja, tingindo de vermelho-pútrido o terceiro minuto da aurora, como a

impedir que o dia se abrisse em desejo e acalanto aos desesperados.



Contrariado no intento de violentar-se com a manhã, o homem amarga a boca com cantos obscenos, lança-se às asas das mariposas fúteis que o transportam aos mares lúbricos, onde toda vontade se desvanece perante o holocausto das estrelas.



Nas bancas de camelôs estão expostos os sentimentos de mulheres desde a antigüidade, como chagas da civilização que tortura impavidamente o ser, ferindo-o com todos os sonhos inconclusos, toda poesia não escrita, toda paixão consumida.



Inexiste no reino da dúvida uma única alegria sã, nenhum crime inocente.; o ar que vaga nestes campos é tépido e pegajoso como moscas lambuzadas de

sangue, como um câncer que destrói inexoravelmente o organismo que o alimenta.



Desconhecer o prazer é uma dádiva, renegá-lo é heresia, é atentar contra a evolução, assim como crianças esquálidas agridem a paz.; não sou mártir

de nenhuma evolução do comportamento, apenas tento com meu olhar bizarro espantar o mundo claro, ofender ao burguês, amando, porque o amor faz imbatível o revolucionário.





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