O Magistrado
Tuas paredes por mármore revestidas,
Teu chão de calcário, é como espelho,
Em quadrados polidos e vermelhos,
Formam figuras mágicas, coloridas.
Cristais pendem do teto, refulgentes,
Como preciosas pedras lapidadas,
Teus longos corredores são estradas,
Por entre os luxuosos gabinetes.
Adentra a sala, de negro coberto,
Com ar sombrio, Sua Excelência,
Pra decidir, com toda sapiência,
À luz da Lei, aquilo que é certo.
Na cabeceira, o Julgador austero,
Recebe as partes e os seus Patronos,
A todos ouve, silente em seu trono,
Buscando o íntegro, firme e severo.
Julga com a mais lídima verdade,
Não deixando envolver-se pelo drama,
Elucida com detalhes toda trama,
Com sapiência e total moralidade.
E ao término desse dia de labuta,
Esse guerreiro, sábio e valoroso,
Faz jus a algumas horas de repouso,
Para, enfim, recomeçar a imensa luta.
Esse homem, tão determinado,
Aproa, impoluto, em sua meta,
Sem desvio, segue sempre em linha reta,
Como sói acontecer a um MAGISTRADO.
Josafá Maia da Costa |