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Artigos-->A Guerra da Criméia: Cinismo em último grau -- 23/10/2007 - 14:59 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cinismo no último grau



Ernesto Caruso, 23/10/07



Assistimos a uma entrevista da ex-guerrilheira Criméia ao jornalista Henrique Amorim, no domingo passado, em um pequeno espaço de tempo, pois não nos convenceram os argumentos da cena entre a entrevistada e entrevistador e mudamos de canal. Pode ser um repeteco, não sei.



Dizia-se grávida quando presa e torturada; outras pessoas contribuíram com os seus depoimentos dando um caráter de irrefutável testemunho. “O bebê soluçava” no ventre da guerrilheira diante das atrocidades dos que a detinham naturalmente em busca de informações e confissões. O rapaz presente era o filho que a tudo assistia e com atenção ouvia.



Até que fosse verdade, mas o que mais intriga e mantém uma suspeição no nosso consciente é a culpa que se pretende transferir aos outros pela maldade em relação ao filho que gerava, inculpando-se do que ela própria fizera e contribuíra se envolvendo em ações perigosas, radicais ao extremo muito além de um alpinismo, voar de asa delta, canoagem, rapel, etc, como se depreende do que possa ocorrer em operações de guerrilha na selva. Se caminhar calmamente pela mata já inibiria muita gente não afeita à adrenalina voluntária devido aos animais peçonhentos, além de feras, doenças tropicais e outros bichos, imagine entrar em uma briga para matar ou morrer. Claro que matar era o objetivo principal dos guerrilheiros comunistas — dela inclusive, por suposto — morrer em último caso. Só isto devia provocar muitos danos ao inocente anjinho, com pureza d`alma, que nada tinha a ver com a imprudência da gestante.



Os médicos costumam recomendar cuidados nesse momento do milagre da vida. Às que fumam, alertam sobre os malefícios que o tabagismo faz ao feto, assim como a ingestão de bebidas alcoólicas, tóxico, nem é bom pensar e até comer em demasia. Atividade física com moderação, não deixar de caminhar e ter um acompanhamento médico no período de gestação.



Assim, não parece razoável que a intensidade de uma atividade de combate, ao som da granada explodindo, o sibilar dos projéteis, o ruidoso estrepitar da metralha, o grito de dor do colega ferido, exangue, que precisa socorro, do prisioneiro que precisa morrer ou opositor que se pretende eliminar, da patrulha dizimada, do armamento e munição a surrupiar, da fuga e no próximo ponto se reunir, nova ação planejar, tensão interna vencer, ponto de vista discutir, etc... etc... seja o melhor para gerar uma criatura. Culpa de quem?



Algumas mães são mães, ainda que não tenham parado de beber, de fumar, de se intoxicar ou até de lidar com os bichanos, sem receio da toxoplasmose. Como entender a obsessão quando inoculam: "PRIMEIRO O PARTIDO, DEPOIS TUA VIDA, SE POSSÍVEL.”



A guerrilha foi uma opção.



A Sra. Criméia tinha como marido André Grabois, chefe de destacamento, e como sogro Maurício Grabois, chefe da guerrilha, durante as ações no Araguaia, onde os perdeu. Trata-se de uma proposta de vida; um engajamento dos três na inglória luta armada para implantar o comunismo como solução que muitos entendem como ideal, ainda hoje.



Prestes foi execrado naquela oportunidade, pois já não defendia esse tipo de ação que empreendera anteriormente sem sucesso.



“O camarada Maurício Grabois ingressou no Partido Comunista do Brasil antes de completar 20 anos, em 1932 quando aluno da Escola Militar. Desde então, dedicou a sua vida por inteiro à atividade partidária. Na Escola Militar e depois como simples soldado foi um dos primeiros organizadores do Partido nas Forças Armadas. Tomou parte ativa nas jornadas do ano de 1934 contra o fascismo. Trabalhou infatigavelmente, ao longo de 1935, na criação e no fortalecimento do grande movimento revolucionário antiimperialista, antilatifundiário e antifascista da Aliança Nacional Libertadora, sendo, já então, dirigente regional do Partido. Naquela época e posteriormente, sempre defendeu a gloriosa insurreição popular de novembro de 1935. Nos dez anos de ditadura de Vargas, nos quais, nós, os comunistas, enfrentamos uma selvagem repressão policial, desenvolveu incansavelmente, atuação das mais relevantes. Preso no início de 1941, comportou-se com a dignidade de verdadeiro comunista, honrando esta nossa legenda heróica: PRIMEIRO O PARTIDO, DEPOIS TUA VIDA, SE POSSÍVEL.” Diante do surto revisionista kruchoviano, durante os anos de 56 a 60, manteve firme posição de defesa do marxismo-leninismo e do Partido, e de luta contra as furiosas investidas de Prestes e sua camarilha de renegados, ocupando nesse combate, lugar proeminente. Considerando essa sua atividade, tanto política e ideológica, como prática, no trabalho de reorganização marxista-leninista do Partido de 1961 a 1962, contribuiu de forma destacada, juntamente com o camarada Amazonas, para esclarecimento de importantes problemas da revolução brasileira e na elaboração do programa do Partido aprovado na Conferência Nacional Extraordinária de fevereiro de 1962 (Artigo de Diógenes Arruda, em A Classe Operária, outubro de 1979”



E prossegue, “Valiosa foi também sua contribuição na elaboração da tática revolucionária do Partido, aprovada na VI Conferência Nacional de junho de 1966, o mesmo acontecendo em relação a outros documentos básicos do Partido, como os Estatutos, Guerra Popular – Caminho da Luta Armada no Brasil, políticas e métodos de revolucionarização do Partido, 50 Anos de Lutas do PC do Brasil e seus principais ensinamentos, Problemas Ideológicos da Revolução na América Latina.”



No Jornal Opção, de 26/06/05, se lê: “No Araguaia, as mulheres recebiam orientação para não ficarem grávidas. Zezinho mesmo ajudou a retirar Criméia Almeida da região porque ela estava grávida.” Micheas Gomes de Almeida é o Zezinho do Araguaia.



Viver perigosamente ainda que não estivesse em ação na frente de combate só poderia trazer resultados negativos à gestante, diante da tensão nervosa, por demais elevada, com o pai do seu filho e o sogro em risco permanente e ela própria embora supostamente, na base de operações.





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