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Poesias-->Pequena Coletânea -- 09/08/2002 - 14:43 (Régis Antônio Coimbra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Opções

21 de 02 de 2002



Antes tu

bem só

acompanhada por ti

que mal contigo



Antes distraída

por más companhias

que obcecada por mim



Antes mal contigo

que bem comigo



Mas não tenho escolha:

antes contigo que comigo

se não renuncio a mim

nem por ti

--------------------



Sou

21 de 02 de 2002



Procuraste-me por engano

como todos, sempre



Não sou aquele que pensavas

nem sou o que aparento

ou sequer o que penso



Não sou nem melhor nem pior

ou talvez seja



Não sou o que acredito

nem o que duvido



Não sou o que espero

nem o que temo



E ainda que algo se repita

não sou mais o mesmo



Não sou culpado por tudo o que fiz ou não...

nem mereço todo mérito



Mas simplificando

sou

------------------------



Sou doce

22 de fevereiro de 2002



Sou doce

engordo-te

emprenho-te



Sou doce

acalmo-te

mimo-te



Sou doce

estrago-te

abandono-te



Sou doce

sou bom

sou mal



Sou doce

mas pressinto em teu beijo

o gosto salgado das lágrimas

que correrão por nós



Sou doce

mas és diabética

e estás desidratada



Sou doce

mas deixo um gosto amargo



----------------------



Sou doce (segunda versão)

22 de fevereiro de 2002



Sou doce

engordo

emprenho



Sou doce

acalmo

mimo



Sou doce

estrago

abandono



Sou doce

sou bom

sou mal



Sou doce

mas pressinto em teu beijo

o gosto salgado das lágrimas

que correrão por nós



Sou doce

mas és diabética

e estás desidratada



Sou doce

mas deixo um gosto amargo



---------------------



Sem título

23 de fevereiro de 2002



Quero dizer nada

provocar livres associações

determinadas não por mim

mas por cada um



Quero apenas provocar

sem determinar

senão a chance

de sentir ou pensar



Por isso a obra sem título

sem ao menos um "sem título"

que já ficou manjado

e diz demais



Quero

mas não consigo...



Talvez nem queira





----------------------



Tempestade

24 de fevereiro de 2002



Vejo o relâmpago e conto

um, dois, três, quatro...

até ouvir o trovão



Então meu coração dispara

todos meus ritmos disparam

e ao ver o próximo relâmpago

conto umdoistrêsquatrocincoseis...



Também desde que te vi

não pela primeira vez

mas daquela vez...



...Tudo em mim se agita

e o resto do mundo pára

quando teu sereno olhar

faz-me beijar-te

etc e docemente agonizar

até a paz que sobrevêm à tempestade



--------------------------



Egoísmo

24 de fevereiro de 2002



Escondo-me para chorar



Não é timidez

não é orgulho



É egoísmo

é falta de fé nos outros

é egoísmo

em minha autocomplacência



---------------------------



Soberba

24 de fevereiro de 2002



Mas pior mesmo é o travesti

que é uma espécie de cúmulo do machismo:

acha que até como mulher

é melhor que uma mulher



--------------------------



Injustiça sexual

24 de fevereiro de 2002



É uma injustiça...

ainda bem que nasci homem



Tive sorte

não fui circuncidado

E se fosse

provavelmente não seria tão ruim



Tive mais sorte ainda

não me rasguei

nem precisei me precaver

ou remendar-me

com qualquer episiotomia



Por inchada e depois sugada

ficaste com estrias

Eu, nessa ou inversa ordem

só com mais tesão



E os filhos que pariste com o suor do próprio rosto

quem ganhou com mínimos encargos fui eu...



("Fulana ganhou neném"...

Que nada! quem ganhou foi o pai

ela teve que trabalhar

suando, se peidando e tal...)



Outrora só tu terias certeza...

hoje, com o teste de DNA

nem isso...



Resta apenas o mistério de teu orgasmo



Quando ou quanto

só Tirésias soube

a custa de ficar cego...



---------------------------



Merda

24 de fevereiro de 2002



Veio de dentro

saiu com esforço

num misto de sofrimento

e alívio



Poema escatológico

ou dejeto poético?



Simplesmente obrei



A beleza ou sujeira está nos olhos?

está na coisa?



Está no uso



---------------------------



Titubeio

24 de fevereiro de 2002



Diante do título

titubeio intrépido

pois é preciso hesitar



Decidir é inevitável



O texto está pronto

e titubeio ainda



O título está pronto

e titubeio outra vez



Está tudo acabado

e titubeio de novo



Decidir é inevitável

na ação ou omissão

o titubeio é a reflexão

o vislumbre da complexidade

que nos faz humanos



----------------------------



Minha primeira vez

24 de fevereiro de 2002



Depois d eu tanto treinar

generosamente ela gozou-me

e ainda teso, relaxei



------------------------------



Dos sisos inclusos

24 de fevereiro de 2002



Ai! grandes dentes em pequena arcada!



Que viram minhas índias ancestrais

(supondo que elas tiveram escolha...)

em meus portugueses ancestrais?



...bem, mas aí não se tratou

exatamente

de grandes dentes em pequenas arcadas...



Só imagino o que viram aqueles alemãos

(não confundir com alemães)

nas negras e bugras de minha família



Mas por que tanta papinha?!



-----------------------------



Odisséias

25 de fevereiro de 2002



Cego ou não

teu traseiro não é ciclópico



É binocular

se o arrebitas um pouco mais



-------------------------

Paralelo complementar de poemas independentes

25 de fevereiro de 2002



Errância Certeira

25 de fevereiro de 2002 25 de fevereiro de 2002



Tanto ela errou Por aí

que deu certamente

para mim que gosto



------------------------



Prodigalidade

27 de fevereiro de 2002



1

Por vezes

sou pródigo



Por umas

palavras ao vento



por outras

pérolas aos porcos



2

Alguns

por umas palavras

são vento



Outros

por outras pérolas

são porcos



3

Eu

por umas e outras

sou pródigo

talvez prolixo

senão pro lixo



Pro lixo

acabo aproveitado

ou não

por porcos





----------------------



Não sou poesia

27 de fevereiro de 2002



Não sou palavras

não sou verbo

não sou substantivo



Não sou prosa nem poema

não sou monólogo nem epopéia



Mas conjugo

faço

chamo

aconteço



Eu amo

eu vivo

eu odeio

eu canto



Em meu canto

há poesia e tal



Em mim

há paixões

e um pouco de razão

para as servir



Isso sou eu



De fora

pode ser algo definido

com começo e fim

claros limites



Para mim

é um mistério

que vou descobrindo

(e olhe lá...)

vivendo

(ou "errando")



----------------------



Que venham os marines!

6 de março de 2002



Que venham os marines!

e levem os fiéis aos seus deuses

os consumidores aos vendedores

os trabalhadores aos empresários

e tragam enfim os pretextos



Que venham os pretextos

para tantos textos difamantes!



Trucidem, marines, as criancinhas

bombardeiem asilos

matem essa sede de pretextos



E, na falta de controle de natalidade,

que as minas terrestres cumpram seu papel

matando ou castrando os excedentes

(de preferência antes da idade reprodutiva)



-----------------------



Bandeiras

7 de março de 2002



Hasteiem suas bandeiras!

ajudem meus "snipers"



Façam formatura junto às suas bandeiras!

ajudem-me a economizar explosivos



Fiquem altivos em posição de sentido!

facilitem para as rajadas e estilhaços



Queimem minha bandeira!

pretextos convém-me



Digam, por exemplo, que eu já os massacro!

certas mentiras não se esqueceram de acontecer

apenas se atrasaram

esperando uma causa ou pretexto

como certas vulgares difamações



-----------------------



Ética

8 de março de 2002



Para crimes passionais:

faca, tiro, estrangulamento

seguido de suicídio



Para justiça social

no campo ou na favela:

napalm, sítio

cólera com falta d água



Em caso de revolução:

contra-revolução e reformas



Para homicídio doloso

a lei de execuções penais



Para homicídio culposo

(ou pior, tentativa de homicídio ou suicídio)

nada menos que tortura seguida de morte



Vingar-se de amigos:

crime passional



Vingar-se de conhecidos:

o devido processo legal



Vingar-se de desprezíveis:

perdão



----------------------------



Toda a dor do mundo

10 de março de 2002



Trago toda a dor do mundo

ou pelo menos a de meu mundinho



Trago toda a dor de meu mundinho

e passo muito bem, obrigado...



Quer dizer...

Passo muito bem por opção

e agradeço

a mim mesmo



Trago toda a dor do mundo

de meu mundinho

e tive sorte



Trago toda a dor do mundo e tal

mas não a sinto agora

apenas estou ciente



Trago toda a dor do mundo

e estou contente



Estou contente com a dor do mundo

embora a de meu mundinho aborreça-me

volta e meia



Se eu não me aborrecesse

estaria morto

fora do mundo

em lugar nenhum



Luto contra a dor do mundo

inclusive eventualmente botando

o dedo e tal na ferida



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