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Artigos-->DAY OF THE DEAD com "PACIÊNCIA" de Arnaldo Jabor -- 02/11/2007 - 08:15 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




DAY OF THE DEAD COM "PACIÊNCIA" de Arnaldo Jabor







Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.



Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais".



E o bem comportado executivo?



O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar.



Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.



Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava

demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a

cabeça, inconformado.



Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.



Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.



A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética

dos calmantes está cada vez mais em alta.



Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar?



Qual é a finalidade de sua vida?



Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.



E você?



Onde você quer chegar?



Está correndo tanto para quê?



Por quem?



Seu coração vai agüentar?



Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?



A empresa que você trabalha vai acabar?



As pessoas que você ama vão parar?



Será que você conseguiu ler até aqui?



Respire. Acalme-se.



O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência.



Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual, somos seres espirituais passando por uma experiência humana.





Arnaldo Jabor







BIOGRAFIA



Formado no ambiente do Cinema Novo, foi um membro da segunda fase do movimento, que buscava analisar a realidade nacional, se inspirando no neo-realismo italiano e na nouvelle vague francesa. Seu primeiro longa foi o inovador documentário Opinião Pública (1968), uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.



No início dos anos 70, com o recrudescimento da repressão política e da censura, os antigos autores cinemanovistas procuram caminhos metáforicos, alegóricos, para driblar a ação do governo e poder expor suas propostas. Jabor faz o mesmo com Pindorama (1970). Mas aqui o excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico comprometem a qualidade da obra, como o próprio Jabor admitiria mais tarde.



Seu próximo filme o redime completamente e se converte num dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: Toda Nudez Será Castigada (1973), adaptado da peça homônima de Nelson Rodrigues, possui um enfoque mais humano, mas ainda assim não poupa implacáveis críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes, na história do envolvimento da prostituta Geni (Darlene Glória, no papel que lhe valeu o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim) com o viúvo Herculano (Paulo Porto).



O filme seguinte, dessa vez adaptado de um romance de Nelson, é ainda mais forte nas suas investidas contra as deformidades comportamentais e sexuais da sociedade: O Casamento (1975), último filme da atriz Adriana Prieto, também foi bem recebido por crítica e público e rendeu a atriz Camila Amado o Kikito de ouro de melhor atriz coadjuvante.



Com Tudo Bem (1978), inicia a chamada "Trilogia do Apartamento", talvez seu filme mais célebre que investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira já vitimada pelo fracasso do milagre econômico, isso no espaço restrito de um apartamento de classe média. A obra ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília e proporcionou a Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro, entre outros, grandes desempenhos.



A película seguinte se dedica mais a uma análise intimista e sexual: Eu Te Amo (1980), obra que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema, concentrando-se nas crises amorosas e existenciais de um homem e uma mulher.



O próximo filme, Eu sei que vou te amar, com os jovens Fernanda Torres (ganhadora do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes na ocasião) e Thales Pan Chacon na pele de um casal em crise, guarda semelhanças de forma e conteúdo com Eu Te Amo. Ambos os filmes se consagraram como grandes sucessos de bilheteria.



Na década de 1990, por força das circunstâncias ditadas pelo governo Fernando Collor de Mello, que sucateou a produção cinematográfica nacional, Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou na imprensa o seu ganha-pão.



Estreou como colunista de O Globo no final de 1995 e mais tarde levou para a Rede Globo, no Jornal Nacional e no Bom Dia Brasil, o estilo irônico com que comenta os fatos da atualidade brasileira. Seus dois últimos livros Amor É prosa, Sexo É poesia (Editora Objetiva, 2004) e Pornopolítica (Editora Objetiva, 2006) se tornaram best-sellers instantâneos.



Abordando os mais variados temas (cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito), suas intervenções "apimentadas" na televisão e em suas colunas lhe renderam admiradores e muitos críticos.



http://pt.wikipedia.org/wiki/Arnaldo_Jabor





postado por Heleida Nobrega

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