deixa as lagartixas
secarem a sombra
do sol que reflectes,
percorre os dedos dos
pés da terra trilhada,
morde ainda acidez
que sobre do azul
que te escapou da pele,
vai por dentro do ocaso
até às entranhas de nada,
mergulha, se souberes
respirar, no profundo
de todas as superficialidades
e expira, solta os bichos
acres que se amontoam
nas esquinas das máscaras.;
tens ardor nesse glaciar
que rasga o leito frágil
da tua embarcação de carne,
tens bases e radicais
livres ou aprisionados,
rompe ou desata ou
nem faças nada: bebe
do que te é dado colher,
semeia do que acumulas
como se teu fosse alguma
coisa: sai para entrares em ti. |
