Espelho de mim
Trepar, amar, meter
que nome darei
depois que eu gozar,
afinal, seres humanos,
"machos" ditam valores
que as fêmeas, cumprem,
regras estas baseados na culpa
em descobrir teu corpo,
desejo, é coisa feia,
coisa de macho ou de puta.
Aprendi o que me ensiram,
eu apenas procriava, gerava,
gozam aqueles que ejaculam,
gozam de que eu me perguntava ?
Hoje sei, e eu é que gozo,
Ah ! Ah! Ah!
pelo tão pouco que me ofereciam,
sei o que antes não sabia
uma mulher que goza,
se torna perigosa, ela quer mais,
e ai, como é que faz,
Então atravessou em minha história,
" Ela ", não bela,
mas donzela da fera,
apenas ela,
Vinda do inferno,
com seus mistérios,
e eu curiosa, mas receosa,
escondi meus sonhos,
mas lhe dei meu ombro,
escondi meus medos,
mas lhe dei meu seio,
escondi meu desejo,
mas lhe dei meu púbis,
Ai, ....
Eu te estranhei,
vi em meio a espinhos
um botão de flor que
desabrochava a cada afago
que eu dava em tuas fendas.
Eu me estranhei,
porque bem no meio deste
universo carnívoro,
levantei âncora e
naveguei pelo teu mar
e me senti plena, só que agora,
eu era cúmplice de um preconceito
nela eu via a minha própria imagem,
molhada, suada, excitada
a perseguida, que sangra,
de repente jorrou um
desconhecido néctar,
que lubrificou meu ego.
fattoconsumado
Junho de 2001
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