Vou falar de uma coisa
Bem gostosa de tomar,
A cachaça brasileira
Tem ótimo paladar.
Se você não acredita
Na força da “mardita”,
Tá na hora de testar.
Toma uma Abrideira,
Depois uma Danada,
Experimenta a Botiqueira,
Prove uma Imaculada,
Caprichosa, Coluninha,
Flor de Minas e Lourinha,
É tombo certo com a Marvada.
Um Remédio, vejam só,
Quem bebe é todo prosa;
Tome-juízo, Três-martelos,
Moça-branca e Perigosa.
São tantas as branquinhas,
Tem também a Azuladinha,
A Amarela e a Teimosa.
A chamada Quebra-gelo
Pra tomar com a coroa,
A Malunga e a Marafo,
Água Benta e a Boa.
Gororoba, Gorobeira,
E se tomar a Saideira,
Você vai sorrir à toa.
A cachaça São Francisco,
Pra moçada da soçaite,
O povão toma Pinga,
Amansa-corno e Birinaite.
E pra não perder o pique
Tem a Velho Alambique,
Que lhe dá um belo Strike.
Quebra-munheca pra frutinhas,
Meu Consolo é pras solteiras,
Sete-virtudes pras mocinhas,
Pros idosos, Velha Aroeira,
Para as virgens a Purinha,
Titias tomam Didinha,
Pros casados, Bagaceira.
A caninha Paduana
Alegra as beldades;
Juritiba, Januária
São cachaças de verdade;
E não falta ao biriteiro
A gostosa Velho Barreiro
Que exporta sua qualidade.
São cachaças e cachaças,
Jora, Jura, Girgolina,
Uca, Samba e Tioba,
Gole, Gás e Canjebrina.
Nesse meu Brasil bacana
Tem Baronesa, tem Havana,
Vale Verde, Tonel de Minas.
E pra encerrar a prosa,
Continuando a bebedeira,
A Germana, Apetitosa,
Pra beber a noite inteira;
Sem querer te incentivar,
Mas a caninha pode tomar,
Viva a cachaça brasileira!
|