Usina de Letras
Usina de Letras
157 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62210 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->REINO DE AVELÂNDIA -- 24/03/2002 - 11:35 (guido carlos piva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REINO DE AVELÂNDIA
uma fábula baseada em fatos reais!


Era época de eleição no "reino" de Avelàndia. O Pavão, após ter reunido e escolhido a dedo, pássaros da região, num velho galinheiro, dava início a sua campanha eleitoral. Papa-gaios, chupins, araras, vira-bostas e todas aves de rapina da região, se aglomeravam para ouvi-lo falar. Bizarro por exce-lência, empoleirou-se, abriu o rabo, estufou o peito e com uma voz desagradável, grasnou alto:
- Aves de minha terra... vou ganhar essa eleição e me tornar, outra vez, o Rei de Avelàndia... Custe o que custar!
- JÁ GANHOU!... JÁ GANHOU... VIVA O NOSSO PAVÃO! - foi "aquela" ovação, entretanto, o chupim mais gordo, pre-ocupado com o seu próprio futuro, piou alto.
- Pavão, como você pretende ganhar essas eleições? Sabe como é... além de você possuir pouca cultura e falar muito mal... o seu passado o condena! Da última vez que vo-cê conseguiu ser eleito nesta cidade, ela ficou em petição de miséria! Além disso, todo o reino sabe daquela velha história de seus pés. Certo que você os esconde com o seu belo ra-bo... mas não sei não! Com esse seu passado...?!
- Calma Chupinzinho... calma! Não se preocupe. Eu conheço a política passarinheira. Sei muito bem o que a pas-sarinhada gosta e acredita. Quanto ao passado vocês irão propagar que mudei. Que fiquei bonzinho e competente! E, quanto aos meus pés, como tudo que tenho de feio, você fa-lou corretamente, eu escondo com o meu rabo, e, o resto, vo-cês fazem como vou ensinar: basta prometer... prometer... prometer, não mais que prometer. Prometer tudo, o possível e o impossível! Espalhem a notícia que, quando ganhar as elei-ções irei fazer, 600 gaiolas próprias; poleiros de cobertura à frente de uma prainha artificial, construção de um hospital-maternidade, com berçário de ninhos novos para cada filhote que nascer, uma frota de carriolas motorizadas com UTI para emergências externas, caça implacável aos estilingueiros e fabricantes clandestinos de alçapões, quirera misturada com fiapos de carne de coelho para a merenda nas escolas de can-to, aumento ao número de bolsas de estudo para a Universi-dade de Gorjeio destinada a sabiás; bem-te-vis, rouxinóis, e outros cantantes carentes..., e, o mais importante, espalhem a notícia que a nossa união, fará tudo pelo social avelanense! Nosso lema será: 24 horas no ar a serviço das aves carentes de Avelàndia... o resto deixa comigo!
- JÁ GANHOU!... JÁ GANHOU! Muito bom... mas e nós "Eminência"? - currupaqueou o papagaio:
- Serão todos chefes! Todos minhas aves de confiança! Distribuirei para vocês e para todas aves de rapina, empre-gos; gordos salários e cestas básicas repletas de alpiste im-portado. E... ai daqueles que ousarem ficar contra mim! Vou persegui-los até à morte! Darei quantas estilingadas forem precisas para salvaguardar o meu temperamento cruel e vin-gativo...
- JÁ GANHOU!... MUITO BEM! Esse é o Pavão que co-nhecemos! Faremos tudo que o que o senhor ordenar!
O tempo passou... após serem propagadas todas essas promessas mirabolantes e eleitoreiras, lógico, o Pavão se tor-nou, mais uma vez, o Rei de Avelàndia. Os curiós; tico-ticos, rolinhas, pombinhas e patinhos, coitadinhos... caíram na con-versa das promessas feitas pelo conluio acontecido.
Contudo, o que a passarada da cidade não acreditava, mas imaginava, começou a acontecer: com o passar do tempo toda trama vergonhosa feita naquele velho galinheiro, veio à tona. Passou a perceber e a constatar toda a farsa que a mai-oria da população da cidade havia se metido. Liderados pelo Águia, antigo médico da cidade, em revoadas contínuas, todos os passarinhos enganados de Avelàndia passaram a reivindi-car uma melhora de vida, e assim cobrar as falsas promessas feitas pelo Pavão canastrão.
Com a revolta passarinheira, a vida em Avelàndia se tornou um verdadeiro pandemónio. Pavão e seus cupinchas não aguentavam a pressão exercida pelo povo passarinheiro. Passaram a perseguir a todos que não aceitavam à maneira que Pavão governava a infeliz Avelàndia. Falcatruas foram ex-postas a público. Pavão e seus líderes passaram de persegui-dores a perseguidos. Mesmo entre eles ninguém mais se en-tendia.
O papagaio porta-voz e bobo da corte, alvoroçou-se; arrepiou-se, bateu asas, matraqueou pelos quatro cantos do reino, tentou explicar o inexplicável, trocou de pena; baixou o nível... e por mais que tentasse, não conseguiu convencer se-quer um pequeno, simples e inocente beija-flor. A passarada estava cansada de comer pedregulho, enquanto a camarilha de puxa-sacos - nem sei se passarinho tem saco - usufruí-am descaradamente de toda vergonhosa mordomia oferecida pelo nefasto Pavão.
Até que um dia... Carcará, uma ave corajosa, vinda do norte do país, que, por descuido, participava da trupe dos cu-pinchas de Pavão, revoltou-se; sentiu vergonha, juntou-se à Águia e passou a delatar todas os embustes que, Pavão e su-as aves de rapina, praticavam contra os sofridos e espezinha-dos passarinhos de Avelàndia.
A grande maioria da passarada ficou indignada, rebe-lou-se e começou a atacar a corrupta união. Com a ajuda de Corujinha, a ave mais feinha do reino, fizeram um documento relatando toda a podridão para o Tribunal de Contas do rei-no... e a partir desse ato, iniciou-se o fim melancólico do so-frível e fracassado rei Pavão.
Em pouco tempo, as aves de rapina, eternas capachos de Pavão, foram sumariamente destronadas e presas em al-çapões com direito somente a pão, água e restos de migalhas de quireras de milho.
A passarada, em nova eleição, por unanimidade elegeu o Águia, tradicional médico-parteiro do reino, como novo Rei de Avelàndia. A Paz, o bom senso e o progresso vertiginoso voltaram a existir em toda região do reino de Avelàndia.

O que sobrou da história:

"PASSARINHO QUE COME PEDRA
SABE O RABO QUE TEM"





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui