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cronicas-->Um dia de cão -- 26/03/2002 - 13:38 (clovis bevilacqua) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Sabe um daqueles dias que voce levanta com o pé esquerdo e que tudo dá errado? Pois é aconteceu comigo.

Segunda-feira, 15 de janeiro de 2001 08:00 AM.

A claridade da luz do sol que entrava pela janela, ia me acordando lentamente. Um sorriso de satisfação por uma bela noite de sono, esboçava da minha boca.
Fui despertando e olhando para o lado em direção ao criado mudo onde estava o despertador.
Empalideci. Meus olhos saltaram para fora e meu coração saiu pela boca.
Pude constatar então que eu havia esquecido de destravar o despertador.
Em fração de segundo saltei da cama e, com uma pontaria que faria inveja à Guilherme Tell, enfiei o pé no pinico.
Com algum custo consegui desentalar meu pé do pinico e saí saltitando em um pé só até o banheiro, deixando um rastro de urina atrás de mim.
Limpei-me, e lembrando o Super-Homem na cabine telefónica, troquei de roupa num piscar de olhos.
Ao abaixar para amarrar o sapato, escutei um barulho estranho.
Delicadamente apalpei a minha bunda e percebi que, embora eu estivesse usando uma calça de linho meus dedos tocaram algo macio como algodão. Pude perceber neste momento que minha calça havia se rasgado.
Relembrando o Super-Homem, troquei de roupa novamente.
Desesperado pelo meu atraso, pois era o dia de minha tão sonhada promoção, entrei no meu carro e dei a partida. Para aumentar ainda mais o meu desespero, o único barulho que escutei, foi:
-"nhé nhé nhé nhé nhé, nhé nhé nhé nhé nhé" .
Pensei que o defeito mecànico do meu carro seria o último problema. Enganei-me redondamente.
Saí do carro numa tremenda vula e entrei no busão que acabara de estacionar no ponto em frente da minha casa.
O ónibus estava lotado, mas não liguei muito pra isso. Afinal estava à caminho da minha promoção. Estava atrasado porém esperançoso.
Mais relaxado, pude perceber olhares estranhos, cochichos e sorrisos de deboche.
Pensei com meus botões:
Será que ao invés de mijo, havia outra coisa no pinico?
Comecei a rastrear-me e percebi, então a besteira que eu havia feito.
Eu estava de terno e de chinelo. Na pressa esqueci de calçar os sapatos.
Como o busão estava passando pelo centro, tomei a decisão de me atrasar um pouco mais e comprar um par de sapatos.
Dei sinal, o ónibus parou, desci correndo, pisei num troço de cachorro, escorreguei e cai sentado.
Meio sem graça, levantei, bati a poeira e entrei numa loja de calçados.
Pedi o primeiro sapato que vi pela frente.
A vendedora trouxe um do meu número, Caiu como uma luva.
Disse a ela que iria calçando os sapatos e delicadamente pedi à ela que jogasse fora meu embostiado chinelo.
Com dois dedos e morrendo de nojo, a pobre moça levou o chinelo para o lixo. (Se é que pode chamar aquilo de chinelo. Coitado do lixo).
O espirito de Ayrton Senna baixou em mim e sai correndo em direção ao caixa.
Na corrida bati a mão no bolso traseiro e pude notar que a carteira havia ficado no bolso da outra calça.
Desiludido e envergonhado, pedi à vendedora que trouxesse de volta meu fedido chinelo.
Ela saiu em direção à rua e quando ela se aproximava da porta, o lixeiro passou correndo e levou o meu chinelo.
A vendedora olhou pra mim com ar de piedade.
Com um sorriso amarelo e uma piscada de olho, sinalizei para ela, que estava tudo bem.
Com grande maestria enfiei uma mão no bolso, com a outra joguei o paletó nas costas e comecei a caminhar pela calçada.
Depois de alguns minutos, minhas meias rasgaram. Desolado, sentei-me no banco de uma praça.
Sem perspectiva de vida, por pelo menos um século, relaxei minha cansada carcaça.
Quando eu menos esperava , surgiu na minha frente uma tremenda loura. Um verdadeiro avião. Daqueles capazes de criar um estado de sitio por onde passa.
Pensei que não fosse comigo. Afinal depois de tanta desgraça, o que deveria aparecer na minha frente, seria o capeta e não um anjo.
Bestificado e boquiaberto por causa de sua beleza, não pude esboçar nenhuma reação quando ela sentou do meu lado.
Sem rodeios ela tascou um beijo na minha boca. No calor do rala e rola, minha mão deslizou solta entre suas coxas.
Alucinado e empolgado, levei um tremendo susto quando senti um enorme volume no meio de suas pernas.
Indignado empurrei-a(o), para trás e indaguei:
Voce é bicha?
- Claro ! Respondeu ele em tom de zombaria.
- E no estado em que voce está, voce acha que de verdade iria conseguir uma mulher? Fala sério?
Consolado igual à um porco no dia do abate, pude perceber quão verdadeiro é aquele ditado:
Depois de uma tempestade, vem sempre outra tempestade.
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