Usina de Letras
Usina de Letras
161 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62228 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22536)

Discursos (3238)

Ensaios - (10364)

Erótico (13569)

Frases (50621)

Humor (20031)

Infantil (5433)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140803)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->E o caixão foi doado -- 07/02/2003 - 16:24 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

E o caixão foi doado

Encontrei lá em Brasília
Um amigão na hora h
O nosso último encontro
Foi na estátua de JK
Manezinho de Icó
Não quero amigo melhor
Do que esse que tem lá.

Conversamos muito tempo
Palavras do coração
Tive muitos conselhos
Um desses foi dar o caixão
Cheguei em Itanhém
Fui indagar de alguém
Quem tinha morrido então.

Encontrei na rua de Bela
O amigo Tião Fumaça
E perguntei quem morreu?
Que ele fez ar de graça
Só depois que expliquei
Que ele me disse eu sei
Morreu o João Arruaça.

Foi de tanto beber cachaça
Que seu fígado inflamou
Foi atacado pela cirrose
E nessa ele embarcou
Eu acho que o João
Nessa hora pede perdão
Pra Jesus Nosso Senhor.

Morreu pobre o coitado
Tava sempre na dependura
Não tem o caixão ainda
E nem abriram a sepultura
Nunca teve um abrigo
E até o seu jazigo
Depende da prefeitura.

Fui paraa casa dele
Que fica na rua do segredo
Achei o corpo estirado
Num banco desde cedo
Aproximei do seu irmão
E lhe ofereci o caixão
E ele aceitou sem medo.

Mandei que fosse buscar
Disse: está envernizado!
Levantei a minha cama
E puxei com cuidado
Aquele caixão com tampa
Que meu sogro botando banca
Havia me presenteado.

Estou agora tranqüilo
E livre daquele caixão
Porque dei de presente
Para o defunto João
Dia quatro deste mês
Eu confesso a vocês
Foi pra debaixo do chão.

A carneira foi devolvida
Para o meu querido sogrão
Ele é mais velho que eu
Vai primeiro pro chão
Na vida fiz esta besteira
De aceitar uma carneira
Mas já fiz a devolução.

E assim termino este papo
De carneira e de caixão
Que causou muita polêmica
Para muitos nesta nação
Falando sério não tenho medo
Mas aqui neste enredo
Respeito sua religião.


Airam Ribeiro
Itanhém, 07/02/03






Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui