Artesão
Desprezada e sem vida,
Filha da rocha pura,
Sem valor e esquecida,
No meio da mata escura,
Uma pedra como tantas,
Sem nada de especial,
Não assusta nem encanta,
Nada tem de anormal.
Até que lhe bate a vista
Habilidoso artesão,
Um competente artista,
Que com aguçada visão,
Descobre que aquele granito,
Pelos leigos desdenhado,
Carrega algo bonito,
Na densa alma guardado.
Dia e noite ele trabalha,
Com afinco e com carinho,
E aos poucos ele entalha,
Com seu cinzel e sozinho.
Acha uma santa lá dentro,
Pois só mesmo um escultor
Encontra vida no centro,
De um objeto sem valor.
Quem tira arte do nada,
E consegue achar beleza
Numa pedra inanimada
É abençoado com certeza.
Dou um conselho a você:
Não julgues pela aparência,
Pois nem sempre o que se vê
Mostra toda sua essência..
Josafá Maia da Costa |