17/02/2002 - noite
A poesia é o reflexo da minha alma,
Que não aparece na imagem do espelho,
Se em mim sinto toda essa vergonha,
Quando a escrevo, me esclarece, me acalma,
Fico feliz, uma pessoa risonha,
Sinto-me humilde e quase me ajoelho.
Mas se ela reflete algo que eu escondo,
Então me envergonho por tê-la em mim,
Escrevo-a como em meio à tempestade,
E o que então faço, causa-me assombro,
Pois com pesar e respirando calamidade,
Destruo-a triste, rasgando-a enfim.
E em querer iluminar-me, ela reluta,
Em minha mente confusa, suave passeia,
Esperando em mim toda sinceridade,
Que temente paira sob a força bruta,
E minha alma anseia com intensidade,
Que se transcreva isto q nela permeia.
Porém, sinto-me assim um covarde,
Quando extingo escrever todos meus medos,
Recusando expressar com toda essa calma,
Tudo que nela me cause saudade,
Pois ainda sei que se transcrevo minha alma,
Serei condenado, por declarar os segredos.
Mauricio Braga de Almeida |
